Rio - O segmento dos SUVs, como são conhecidos os utilitários esportivos, continua crescendo no Brasil. No relatório mensal da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a plataforma queridinha da indústria automotiva aparece na vice-liderança de vendas, com 24,33% de participação entre janeiro e março. Entre os SUVs mais conhecidos do consumidor brasileiro, estão EcoSport, HR-V, Kicks, Renegade e Compass.
Este ano, o segmento já apresenta alta superior a 20% em relação a 2017. O crescimento só perde para o dos hatches compactos (27%), grupo do qual fazem parte Onix e Argo. "Pela quantidade de tecnologias embarcadas, mais clientes vêm à concessionária à procura de um SUV a cada dia que passa,", comenta o gerente de vendas da Fiorenza (concessionária Volkswagen), Marcelus Regis.
Embarcando nessa alta, as marcas têm investido no segmento. Só no último mês, a Peugeot lançou o 5008, a Volkswagen confirmou a nova linha do Tiguan, a Chery anunciou o Tiggo 2, e a BMW trouxe os X2 e x3. Segundo o empresário Gildo Pereira, o investimento das montadoras nos modelos têm relação direta com a procura maior. "Quando as marcas resolveram olhar para o público brasileiro, perceberam que os SUVs grandes e beberrões vendidos no passado deveriam ser mais eficientes e econômicos", diz.
Eficiência
Um dos exemplos que mostram o sucesso do segmento é o recém-lançado Volkswagen Tiguan. O modelo foi renovado e recebeu motor turbo em todas as versões. A mudança representa uma adaptação à realidade do mercado brasileiro, onde os combustíveis estão cada vez mais caros, e o padrão de exigência por itens de conforto só aumenta. Mesmo em pré-venda, o SUV da montadora alemã já mostra bons resultados. O Tiguan é vendido em três versões. Preços são a partir de R$ 129.900 na configuração de entrada e chegam a R$ 179,900 na topo de linha.
Para Ralph Lemos, gerente de vendas da Barrafor, concessionária da Ford, os SUVs trazem características que agradam a todos os públicos. Segundo ele, o precursor dessa proposta no Brasil, o EcoSport, mobilizou essa enxurrada de modelos. "É um tipo de carro forte que agrada ao marido, à mulher e às crianças. E, com o tempo, as atualizações tecnológicas afastaram a desconfiança quanto a problemas de estabilidade", explica o concessionário da Barrafor.
Fã dos utilitários, a empresária Cláudia Patrício, por exemplo, afirma que a imponência dos modelos foi fator decisivo para a sua escolha. De acordo com ela, o carro alto transmite uma sensação de mais segurança.
Mudança de perfil
Há alguns anos, para ser considerado um utilitário esportivo, não bastava apenas haver uma certa distância em relação ao solo. Os modelos precisavam ter, ao menos, tração 4x4 e suspensão traseira independente. Mas, devido à popularização dessa plataforma, primeiro com o EcoSport, depois com os Renault Duster, Jeep Renegade e Honda HR-V, as montadoras perceberam que, na verdade, os consumidores de SUVs usavam seus carros na cidade e, não, para fazer off-roads.
No entanto, voltando às raízes, o EcoSport, por exemplo, ganhou recentemente uma versão com sistema de tração integral 4x4. Renegade e Tiguan também oferecem opções mais fiéis à proposta inicial do segmento.
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