Rio - Boas taxas de juros e maior confiança dos consumidores na economia são alguns dos fatores que motivaram a retomada do setor automotivo no país. Numa tendência diferente à dos últimos dois anos, os primeiros quatro meses de 2018 registraram mais de 630 mil unidades vendidas um aumento de 20,45% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e refletem também um crescimento do total de crédito para financiamentos.
Para o economista da IBMEC Gilberto Braga, a retomada do mercado automotivo fez o consumidor, mais contido nos últimos anos por conta da crise, demonstrar interesse novamente em trocar de carro. "O proprietário que trocava esse bem de dois em dois anos esperou o momento positivo do mercado para poder fazer uma nova transação. Então, isso movimenta o mercado de maneira geral".
O montante liberado para financiamentos também ficou maior. É o que demostram dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF). Foram liberados, no primeiro trimestre deste ano, R$ 28,6 bilhões, o maior acumulado dos últimos cinco anos.
"Historicamente, a venda financiada sempre foi a opção mais utilizada na hora de comprar um carro. Por ser um bem de valor, dificilmente os interessados dispõem da quantia inteira. Mas a melhora também tem relação com as oportunidades criadas pelas montadoras", diz Braga.
O especialista explica que a alternativa de financiamento que tem crescido mais tem relação com aquelas operações em que é dado um grande percentual de entrada na compra do carro zero quilômetro. Nesses casos, as montadoras oferecem as melhores condições para os consumidores quitarem o saldo devedor.
"Na maioria das situações, o proprietário consegue juros zero quando dá uma entrada superior a 50% do valor total do automóvel. Com isso, o saldo restante pode ser divido, por exemplo, em até 36 vezes sem juros", explica o diretor da área comercial da Real Veículos, Renato Maia.
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