Versão conta com santantônio, estribos, barras longitudinais no teto e quebra-mato na dianteira de série   - Lucas Cardoso
Versão conta com santantônio, estribos, barras longitudinais no teto e quebra-mato na dianteira de série  Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso

Rio - O momento da Frontier no mercado não é bom. Hoje, a picape da Nissan é a última opção entre os consumidores do segmento. Segundo dados da Fenabrave, o modelo vendeu 1.941 unidades no acumulado do primeiro trimestre. O resultado é 4,4 % maior que o registrado no mesmo período do ano passado, mas ainda está distante da líder Toyota Hylux, que vende mais que o acumulado da picape em apenas um mês.

Encerrada a produção nacional da Frontier no país em 2016, o modelo mudou de nacionalidade duas vezes mais até chegar no estágio atual, em que é trazida de Córdoba, na Argentina. Com a troca, a picape ganhou ajustes mecânicos, estruturais, equipamentos e novas versões, tudo para galgar passos maiores e, quem sabe, conquistar alguns clientes mais fieis à concorrência.

Linha 2019 da picape importada da Argentina tem suspensão do tipo multi braços - Lucas Cardoso

Uma dessas versões trazidas com a linha 2019 foi a Attack 4x4, que chega como opção intermediária. Foi com essa configuração customizada de série que o DIA passou uma semana. A linha Attack já foi vendida pela Nissan no passado. Surgiu pela primeira vez entre 2006, ainda na 10ª geração do utilitário. Vendida por R$  115.590, a linha atual conta com adesivos no capô em preto fosco, grafismos chamativos alusivos à versão e a tração nas lareais, traseira, além de quebra-mato na dianteira, santantônio e faróis e lanternas escurecidas.

Comportamento

O visual despojado da picape chama atenção por onde passa, mas atenção mesmo merece o conjunto mecânico da picape. A Attack é oferecida na tração 4x4, com motor 2.6 bi-turbo de 190 cv. O propulsor é associado a um câmbio automático de sete velocidades. A dupla conversa bem e entrega força na medida certa, além de manter a rotação baixa em altas velocidades, o que colabora no consumo de combustível. 

Os 45,9 quilos de torque entregues para as rodas em baixa faixa de rotação tornam a grandalhona que pesa mais de  duas toneladas ágil. Mesmo em situações adversas, como retomadas e reduzidas mais bruscas a Attack mostrou a boa relação entre o câmbio e o motor. Apesar de ainda ser hidráulica, a direção da linha 2019 da Frontier passou por ajustes e ficou mais responsiva. Contudo, em manobras, alguns consumidores desacostumados podem se queixar.

Não chegamos a rodar em terrenos muito adversos com a picape, assim como acontece com a maioria dos clientes desse segmento. Mesmo sem pegar uma trilha, conseguimos avaliar a tração 4x4 e reduzida em trechos de subidas, descidas em área aberta de terra e a picape se saiu bem.

Santantonio tubular é de série na versão customizada da picape nipo-argentina - Lucas Cardoso

Outro ponto forte da linha 2019 da Frontier é o sistema de suspensão traseira. Equipado com sistema multilink, a picape da Nissan melhorou muito em relação a linhas anteriores. Além de reduzir a sensação de rolagem da carroceria,  a mudança diminuiu o balanço exagerado sentido na cabine, que traziam a sensação de estar em um 'pula-pula' para quem sentava atrás, comum em algumas concorrentes.

Embora tenha recebido melhorias para a linha 2019, a acústica do modelo também se favoreceu com a mudança na suspensão. Diferente das linhas anteriores, o som do motor agora não vaza mais com tanta intensidade para o interior da cabine. Em alta velocidade, no entanto, ainda é possível ouvir o som do Bi-turbo a diesel.

Além de sentir menos balanço, quem senta na segunda fileira da nova Frontier Attack se sente mais confortável por conta do melhor ângulo do banco traseiro, que era muito vertical e incômodos na versão mexicana. Já no quesito segurança, a picape também conta com cinto de segurança para todos e isofix para cadeirinhas infantis.

Conforto e ergonomia

A tecnologia de gravidade zero importada da NASA utilizada nos bancos do motorista e carona aliviam bem o estresse muscular, que normalmente aparece após algum tempo ao volante. Ainda falando sobre a ergonomia na direção, a Frontier Attack coloca tudo nas mãos do motorista. Há ajustes de altura e profundidade na direção e no banco. O forramento de tecido não é dos melhores, mas agrada.

Ainda dentro da cabine, que tem bom espaço interno por sinal, o painel tem acabamento sem falhas, mas poderia utilizar algo além do plástico texturizado. Para o modelo, uma economia que não faz sentido é a ausência de controles 'um toque' para subir todos os vidros. 

Interior da Frontier Attack tem central multimídia de oito polegadas e painel de instrumentos com tela em TFT - Divulgação

A central multimídia de oito polegadas, maior que a presente na linha anterior, com GPS, espelhamento do smartphone via Android Auto e Apple Car Play é prática de manusear. O painel de instrumentos conta com uma tela de TFT ao centro de dois mostradores (velocímetro e tacômetro). Há também ar-condicionado com saída para o banco traseiro. O equipamento também conta com câmera de ré.

Mais alta quatro centímetros, em relação as outras versões, a Frontier personalizada tem caçamba de difícil acesso. O modelo fica devendo um degrau na parte lateral ou até na traseira. A ausência de proteção na parte interior da caçamba também passa uma impressão de fragilidade.

Robusta, a picape tem santantônio, rack no teto e quebra-mato na dianteira, que além de proteger o para-choque dianteiro, também é seguro. O acesso à cabine é facilitado pelos estribos laterais e alças nas colunas 'A' e 'B'. As rodas de liga tem 16 polegadas e pneus todo terreno, que facilitam na hora de rodar na terra. 

Não dá pra saber se a Frontier vai conseguir chegar até as primeiras colocações do ranking de vendas, mas está claro que a Nissan não vai desistir de atualizá-la. O produto é bom, só falta uma parcela maior dos consumidores comprar a ideia.

Ficha técnica

Preço: R$ 155.590

Motor: 2.6 Bi-Turbo, quatro cilindros, com injeção direta, 190 cv e 45,9 kg de torque

Transmissão: Automática de sete velocidades

Tração: Integral 4x4, com reduzida

Suspensão: semi-independente (dianteira), multibraços (traseira)

Freios: disco ventilado (dianteira), tambor (traseira)

Dimensões: 5,25 m (comprimento), 1,85 m (largura), 1,85 m (altura), 3,15 m (entre-eixos), 27,4º e 30,6º, (ângulos de ataque e saída, respectivamente), 23,4 cm (vão livre), 1.040 kg (carga útil), 80 l (tanque)

Roda e pneu: aro 16 de liga, 255/70R16 All Terrain

Segurança: 2 airbags (frontais)

Você pode gostar
Comentários