A assinatura de LED do Stepway tem design que simula um
A assinatura de LED do Stepway tem design que simula um "C"Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso
Rio - A onda gerada pelos utilitários esportivos (SUVs) vem motivando mudanças no mercado brasileiro. O gosto do proprietário tem influenciado os carros como não se via em outros momentos. O novo Renault Stepway é prova disso. Até o ano passado, o modelo era apenas uma versão do Sandero, mas agora o aventureiro se agarra aos seus diferenciais de carro 'altinho' para assumir o posto de utilitário esportivo compacto da marca. Para entender essa virada de chave do Sande.. não, pera, do Stepway, o DIA passou uma semana com o SUV, que passou por reestilização, ficou mais seguro, mas encareceu. A configuração avaliada foi a topo Iconic CVT, que cobra salgados R$ 73.990, além dela há outras duas. 
O para-choque traseiro do Stepway tem um acabamento em plástico que simula o metal - Lucas Cardoso

De acordo com o Inmetro, para ser considerado um utilitário esportivo, o veículo precisa atender a alguns requisitos. Dentre eles, o mais importante é a altura em relação ao solo. Nesse caso, ponto para o Stepway! O modelo tem 18,5 cm de vão livre na versão manual, 0,5 a mais que o definido pelo instituto. A versão avaliada, no entanto, foi a automática, com câmbio CVT, que não tem essa mesma elevação devido a restrições de engenharia. São 4 cm a menos.
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Outras medidas usadas como critério para garantir o posto de SUV a um determinado veículo, os ângulos de saída e entrada também são alcançados pelo Stepway, dessa vez em todas as versões: 34° (saída), 14° (entrada). Para o consumidor do segmento, na verdade, o que importa é a posição alta de dirigir e a aparente imponência que ela proporciona, e isso ele também tem. No mais, o tamanho é o mesmo do modelo da linha passada, que ainda trazia seu nome de batismo.
Versão automática tem 14,5 cm de elevação em relação ao solo - Lucas Cardoso

Uma coisa que mudou em relação ao modelo da linha anterior foi o visual. Assim como Logan e Sandero, o Stepway traz a assinatura em LED dianteira em formato de "C", mas ganha em robustez, com a adoção de um para-choque mais volumoso e partes plásticas que simulam um peitoral de aço, tanto na frente quanto atrás. As lanternas também cresceram em direção a tampa do porta-malas e passaram a ser bipartidas, mas aqui no aventureiro a diferença é que elas são escurecidas. O que deixa o visual mais bacana.
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Mais segurança
O nível de segurança também foi ampliado graças ao emprego de aços mais rígidos na estrutura e aos quatro airbags já de série. Controles eletrônicos de estabilidade, tração e assistente de partida em rampa também são novidade.  
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Ao volante, o comportamento do Stepway, que usa motor o 1.6 da família SCe capaz de render 118 cavalos de potência e câmbio automático do tipo CVT, é apenas o necessário para os centros urbanos. Ou seja, não espere saídas mais animadas ou ultrapassagens com margens pequenas de manobra.
Há boa disposição para enfrentar buracos comuns no nosso asfalto quase lunar e superar meios-fios. Aquela rampa de acesso ao prédio mais íngreme também é moleza. Nada de raspar o para-choque. Por outro lado, a suspensão elevada impacta bastante na estabilidade do carro. Em curvas, o Stepway inclina bem, então é preciso controlar a velocidade.

A relação entre o motor e a transmissão é boa, mas apresenta delay de aceleração e por vezes durante a avaliação, segurou marchas, forçando um giro elevado desnecessário. O que certamente interferiu no consumo de combustível. Na nossa avaliação, rodamos mais de 300 km em percurso urbano, com trechos de estrada e dentro da cidade, foi de 7,5 km/l, abastecido com etanol.

O conjunto de suspensão do Stepway absorve quase que a maioria das imperfeições do asfalto transmitindo pouco para a cabine. O isolamento acústico do modelo mantém bem o ruído do lado de fora. Um problema que percebemos logo de cara com o SUV é que a direção eletro-hidráulica, não tem nada de elétrica. É pesada e dura de manobrar. É quase como malhar. Ao menos a ergonomia ao volante melhorou com o volante de melhor empunhadura e bancos que apoiam mais costas e pernas. Nesse quesito só falta a regulagem de profundidade da direção.

Por outro lado, o acabamento interno não mudou muito. Apesar do seu preço, o Stepway segue tendo bastante plástico e painel com visual que já dá sinais de cansaço. Vide a posição da central multimídia, que força o motorista a olhar pra baixo para operá-la. Os controles da central multimídia em uma paleta extra presa a coluna do volante são incômodos e difíceis de se acostumar. Os botões podiam ser adaptados direto no volante, que tem espaço para isso.
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A central multimídia repete o bom comportamento já visto no Kwid. O sistema traz o necessário para o uso comum, com função de espelhamento para Android Auto e Apple Car Play, além de funções para o acompanhamento do consumo de combustível. O espaço interno também não mudou. O modelo leva bem até quatro pessoas, incluindo o motorista. O espaço para bagagens de 320 litros é bom para o segmento dos hatchs, mas entre os SUVs compactos fica devendo.