Dianteira do Corolla ficou mais agressiva na linha 2020. Assinatura em LED, acompanham desenho do para-choque  - Lucas Cardoso
Dianteira do Corolla ficou mais agressiva na linha 2020. Assinatura em LED, acompanham desenho do para-choque Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso

Rio - A lista de carros híbridos e elétricos vendidos no Brasil ainda é acanhada. São poucos os modelos que desfrutam dessa tecnologia e, se considerarmos os valores, em sua maioria, eles estão distantes da realidade de boa parte dos consumidores do país. A realidade começou a mudar no ano passado, com o lançamento do Toyota Corolla Hybrid.

À venda nas concessionárias desde setembro, a 12ª geração do sedã médio japonês trouxe várias mudanças ante a linha anterior, entre elas a nova plataforma TNGA (mesma do Prius e RAV4), o visual bem mais jovem e interior reestilizado, mas a principal mudança o deixou também à frente de todos os seus concorrentes. Isso porque o Corolla Hybrid é o primeiro modelo a combinar a ter motorização flex com o sistema elétrico. E esse foi o pulo do gato do três volumes nipônico.

Apesar de ter adotado nova plataforma. sedã médio mudou pouco em suas dimensões. O entre-eixos, por exemplo, ficou em 2,70 m - Lucas Cardoso

Tendo dito isso, vamos ao que interessa. Chave presencial no bolso, basta relar a mão na porta para o destravamento. Sentamos no banco de ótimo apoio, revestido em couro e acionamos o botão de partida. Foi assim o início de todos os dias durante uma semana de avaliação da versão Altis híbrida Premium, que custa R$ 134.990.

Nesse período, rodamos por mais de 300 km com o sedã médio híbrido que tem a motorização importada do irmão 'esquisitão' Prius. Trata-se do 1.8 l flex de quatro cilindros, capaz de entregar 101 cv, e dois elétricos, de 78 cv. O trio junto rende até 120 cv de potência combinada. Você deve ter percebido que o cálculo não bate, mas é assim mesmo. Isso acontece porque no processo de combinação de forças, sempre há uma perda de energia.

Traseira ficou mais robusta com para-choque mais amplo. Lanternas em LED tem acabamento metalizado que as une - Lucas Cardoso

Pode até parecer pouco, mas na prática, o torque gerado de imediato pelo motor elétrico dá conta do recado e faz o modelo render bem, mesmo com seu peso. O trabalho de mandar a força certa para as rodas traseiras é feito pela transmissão automática de seis velocidades, que lembra um sistema CVT, mas troca as tradicionais polias por um sistema complexo, em que os dois motores elétricos movimentam um sistema de engrenagens planetárias.

Uma das características desse sistema, no entanto, deixa uma lacuna na experiência de direção, já que ele não permite trocas manuais simuladas. Nada grave. Aliás, se considerarmos a proposta de economia do Corolla, você até se acostuma a andar com o pé leve.

 

Economia justifica investimento
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Andando assim, conseguimos em várias ocasiões rodar até os 70 km/h, usando apenas os motores elétricos, que só sabemos estarem ligados por conta do aviso no painel de instrumentos digital em TFT. Acima dessa velocidade, ou quando o acelerador foi mais exigido, o motor 1.8 entrou em cena e o ruído vem mais forte. Mas o propulsor a combustão não trabalha sozinho. A dupla elétrica está sempre junto, convertendo a energia e mandando de volta para a bateria.
O trio só sai de cena quando nenhuma força é usada para movimentar o veículo. Nessas circunstâncias, só a bateria é recarregada. Com essas variações de uso, conseguimos uma média de consumo de 14,8 km/l (abastecido com etanol). Uma média ótima para o sedã médio desse porte.
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O comportamento dinâmico do sedã médio é ainda melhor na linha 2020 graças a mudança de plataforma, que permitiu troca de medidas. Dentre elas a altura, que caiu em 2 cm e resultou num menor centro de gravidade. O que privilegia a condução e reduz a rolagem da carroceria em curvas. 
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Suspensão independente na traseira
Outra novidade da 12ª geração, a suspensão independente na traseira é um ponto alto da dinâmica do sedã. O sistema absorve com perfeição a buraqueira do asfalto, sem a sensação de flutuação que a linha anterior passava. O isolamento acústico é primoroso e a direção elétrica está mais precisa
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O espaço interno do sedã japonês é tão bom quanto o das linhas anteriores. São 2,70 m de entre-eixos, que garantem espaço de sobra para quem senta atrás. 
Central multimídia
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Com acabamento para lá de questionável, a central multimídia 'flutuante' da nova geração do Corolla ainda decepciona. Isso porque embora traga algumas funções interessantes e mostre o sistema de força do carro em atividade (que, aliás, é muito legal), ainda tem funções desnecessárias e baixa responsividade.
Nos sete dias de avaliação, por exemplo, não conseguimos utilizar a opção de espelhamento do modelo. Mesmo instalando o aplicativo ToyotaSmart Device, conforme orienta a montadora. Um mero detalhe num modelo que tem potencial para ser a virada de chave do mercado de elétricos e híbridos.
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