Por bruno.dutra

Rio - Depois da virada de raça contra a Croácia, a estrela da seleção brasileira do técnico Luiz Felipe Scolari se apagou, ontem, contra o México. Não apenas Neymar, mas Oscar, Fred, Paulinho, todo o time brasileiro que brilhou na estreia parou diante da seleção do México. Brilho, mesmo, a torcida que lotou o Castelão, em Fortaleza (CE), viu na atuação do goleiro Guillermo Ochoa, que desde 2011 atua no Ajaccio, da segunda divisão do futebol francês. Ontem, Ochoa fechou o gol mexicano, com quatro grandes defesas — em duas finalizações de Neymar, outra de Paulinho e uma cabeçada de Thiago Silva.

O empate de 0x0 não estava no roteiro da seleção brasileira. O Brasil continua na liderança do grupo A e pode se classificar para as Oitavas de Final até com um empate contra Camarões. Porém México e Brasil estão com 4 pontos. E mesmo ganhando de Camarões, a seleção brasileira ainda corre o risco de acabar em segundo lugar no grupo, dependendo do saldo de gols do México. O risco de ficar na segunda colocação é enfrentar a Holanda já nas Oitavas.
A torcida cantou o hino abraçada, como pediu o capitão Thiago Silva durante a semana.

Neymar até chorou de emoção. Mas, quando a bola rolou, foi o México que assumiu a dianteira, pressionando o gol de Júlio César. A seleção só conseguiu equilibrar a partida depois dos 10 minutos. Neymar chamava o jogo, tentava repetir as arrancadas como fez contra a Croácia, mas foi parado com falta diversas vezes. Toda vez que pegava a bola, três ou quatro mexicanos se aproximavam e fechavam a marcação. Jogando com três zagueiros, o México insistiu em fazer linha de impedimento, atrapalhando o posicionamento de Fred, que foi pego em posição irregular por três vezes no primeiro tempo.

O Brasil atacava principalmente pela esquerda, com Marcelo, mas foi pela direita a primeira grande chance. Oscar cruzou, Neymar cabeceou firme no canto do gol, mas Ochoa mergulhou para fazer sua primeira grande defesa — a bola ainda raspou na trave.

Porém, o primeiro tempo foi chegando ao final sem que nenhuma das duas equipes levasse grande perigo ao gol adversário. Até que, aos 43 minutos, o ataque do Brasil armou outro grande lance. Após mais uma bola jogada na área, Thiago Silva ajeitou de peito para Paulinho chutar, sozinho, mas a estrela de Ochoa brilhou mais uma vez, com uma grande defesa, abafando o chute do volante brasileiro.

No intervalo, o técnico Felipão colocou Bernard no lugar de Ramires — que substituía Hulk, mas não jogava bem, até levou um cartão amarelo. A substituição pareceu ainda mais acertada quando, aos 2 minutos, o meia recebeu lançamento pela direita e entrou na área sozinho. Bernard cruzou para Neymar, mas o zagueiro Rodriguez chegou antes e jogou a bola para escanteio. Essa jogada perigosa do ataque brasileiro, entretanto, não se repetiu ao longo do segundo tempo. Bernard quase desapareceu em campo.

Mais confiante, a equipe mexicana dominou a partida, dando muito trabalho à defesa brasileira até os 20 minutos. Além disso, marcava bem a saída de bola, impedindo os brasileiros de sair para o ataque.

Só aos 22 minutos o Brasil começou a equilibrar o jogo. Felipão colocou Jô no lugar de Fred e, um minuto depois, Neymar recebeu na área e chutou, para mais outra difícil defesa de Ochoa. Aos 30 minutos, foi a vez de Jô receber na entrada da área, mas chutou mal. Por cerca de 10 minutos, o Brasil voltou a dar um sufoco no México. Mas ficou nisso. Logo, os rápidos contra-ataques mexicanos voltariam a assustar a defesa do Brasil.

O jogo voltou a ficar perigoso. Aos 38, Felipão colocou Willian no lugar de Oscar — que estava apagado, longe da sua brilhante atuação contra a Croácia. O Brasil ainda teve uma última grande chance: Neymar bateu falta e Thiago Silva cabeceou — para mais uma excelente defesa de Ochoa.

Os últimos minutos trouxeram mais sustos para a torcida brasileira: aos 44, um chute mexicano passou perigosamente perto da trave e, já nos acréscimos, Júlio César foi obrigado a realizar outra defesa difícil.

O próximo adversário, Camarões (na segunda-feira, às 17h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília) enfrenta hoje a Croácia, em Manaus, fechando a rodada do Grupo A. Se perder, joga contra o Brasil já eliminado da Copa.

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