Por diana.dantas

A presidenta Dilma Rousseff renovou as esperanças dos governadores Flávio Dino (PCdoB-MA) e Camilo Santana (PT-CE) sobre a possibilidade de retomar os projetos das Refinarias Premium I e II, engavetados em janeiro deste ano pela direção da Petrobras. Em reunião realizada no último dia 25, em Brasília, com os nove governadores do Nordeste, Dilma afirmou que após a divulgação do balanço da Petrobras, se a cotação do petróleo voltar a subir, é possível que os projetos entrem novamente do plano de investimentos da estatal petrolífera.

“Ela não chegou a prometer, nem estabeleceu uma data, mas deu uma sinalização positiva. Disse que o resgate dos projetos está condicionado à melhoria do preço do petróleo no mercado internacional. Dilma falou que, com o aumento da produção de petróleo do pré-sal, haverá necessidade de se investir em novas unidades de refino. Para nós, as palavras da presidente causaram surpresa e deixaram a impressão de que os projetos estão apenas suspensos e que podem sair do papel assim que o cenário econômico melhorar”, afirma Flávio Dino.

De acordo com o governador maranhense, a presidenta também acenou com novos investimentos em infraestrutura na região Nordeste a partir do lançamento da terceira etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3). “A presidente reforçou que o lançamento do programa depende apenas da aprovação do ajuste fiscal no Congresso”, disse, reforçando que seu estado vai se organizar para apresentar novos projetos para o programa. “Entre as prioridades do Maranhão estão algumas rodovias e a modernização e ampliação do Porto do Itaqui, em São Luiz”, frisou.

Apesar do anuncio de desistência dos projetos das refinarias por parte da Petrobras, Dino ainda mantinha esperanças. Tanto que em fevereiro deste ano, em audiência com Dilma, apresentou uma proposta de redimensionamento da Premium I. “Propus diminuir o porte do empreendimento para viabilizá-lo”, conta. O antigo projeto estava orçado em US$ 20 bilhões, mas o governador apresentou um projeto mais econômico de US$ 8 bilhões e recebeu autorização da presidente para discuti-lo com Aldemir Bendine, novo presidente da Petrobras.

A reportagem do Brasil Econômico procurou o governador Camilo Santana, mas sua assessoria de imprensa respondeu por nota que as questões envolvendo a Refinaria Premium II estão sendo tratadas internamente com o governo federal.

Quem também gerou novas expectativas em torno das refinarias na semana passada foi Graça Foster, ex-presidente da Petrobras, durante depoimento na CPI da Petrobras. Ao ser questionada sobre as razões do cancelamento das refinarias pela deputada federal Eliziane Gama (PPS/MA), ela alegou razões econômicas. “Não fizemos as refinarias porque não encontramos sócios para os projetos e não tínhamos dinheiro para realizá-los no momento. Mas se a demanda cresce, a esperança permanece. Se a economia cresce e o consumo cresce, nem tudo está perdido.”

A Petrobras tentou conquistar parceiros para tirar os empreendimentos do papel. Chegou a assinar uma carta de intenções com a chinesa Sinopec e com GS Energy Corporation para viabilizar os empreendimentos em junho de 2013. Contudo, nenhuma das parcerias progrediu. Segundo especialistas do mercado de petróleo e gás, a desaceleração da economia brasileira e a estabilização do consumo de combustíveis contribuíram para que a Petrobras cancelasse os investimentos.

“O segmento de refino não é muito atrativo para os investidores privados por causa do controle de preços da gasolina que o governo impõe à Petrobras”, explica o consultor Bruno Lughetti. A decisão por encerrar o investimento foi comunicada pela Petrobras no dia 22 de janeiro. “Tal decisão foi baseada na ausência de atratividade econômica dos projetos até aquele momento, consideradas as taxas previstas de crescimento dos mercados interno e externo de derivados”, informou a companhia.

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