Por rafael.souza

São Paulo - A Caixa Econômica Federal voltará a financiar de 70% a 80% do valor dos imóveis usados. Nesta terça-feira, o banco anunciou a elevação do teto atual de 50% para 70% em contratos de clientes da área privada. No caso do setor público, os empréstimos vão poder cobrir 80% do preço da casa própria e não mais apenas 60% do total. No ano passado, o banco havia reduzido o patamar de financiamento de 80% para 50% do valor do imóvel. Outra medida que vai fomentar financiamentos habitacionais trata da compra do segundo imóvel para quem já adquiriu o primeiro. A Caixa vai emprestar recursos nas mesmas condições da primeira operação, segundo a agência Estadão Conteúdo. 

O vice-presidente de Habitação do banco, Nelson Antônio de Souza, explicou que a elevação da cota de financiamento pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH) é voltada a clientes que forem comprar unidade que vale até R$ 750 mil.

Ano passado a Caixa baixou o limite de crédito do FGTS para 50% (setor privado) e 60% (setor público)Banco de imagens

Já os imóveis usados financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), acima deste patamar (R$750 mil), no Rio, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal, e de R$ 650 mil nos demais estados, passarão a ter teto de 60% para o setor privado. Para o setor público, cota passou de 50% para 70%.

DUAS CASAS

A partir de agora o cliente poderá ter duas casas financiadas, destacou a presidente da Caixa, Miriam Belchior. Em agosto do ano passado, o banco havia vetado novos empréstimos a quem já possuía imóvel financiado. Segundo a presidente da instituição, o crédito é o fator que mais impacta a demanda de habitação. Miriam ressaltou que a elevação da cota também induz a demanda por imóvel novo.

A presidente da Caixa afirmou ainda que as medidas anunciadas devem gerar uma elevação de 13% dos recursos destinados ao crédito à habitação, ou R$ 16,1 bilhões. Com isso, a Caixa estima o financiamento de 64 mil unidades adicionais em relação ao que foi financiado em 2015. Ela comentou ainda que a Caixa está se preparando para ter mais eficiência e que, nesse sentido, o banco tem cortado custos.

Belchior%3A crédito é o fator que mais impacta a demanda de habitaçãoAgência Brasil

Nelson de Souza informou que dos R$ 16,1 bilhões aos quais o banco terá acesso em 2016 por meio dos recursos liberados pelo Conselho Curador do FGTS, R$ 7 bilhões serão para a linha pró-cotista, R$ 6,7 bilhões para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e R$ 2,4 bilhões para a linha de operações especiais — destinados à construção civil para produção de imóveis de até R$ 500 mil para pessoas físicas.

Pelo sistema pró cotista, os trabalhadores que tiverem conta vinculada ao FGTS são beneficiadas por taxas de juros menores. A linha de recursos é direcionada ao financiamento de imóvel residencial em áreas urbanas, exclusiva para quem tem FGTS.


Banco terá  R$ 7 bilhões

O vice-presidente de Habitação do Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, explicou que os R$ 7 bilhões serão divididos, sendo R$ 3,45 bilhões para a aquisição de imóveis de até R$ 225 mil; R$2,929 bilhões para compra de imóveis de até R$500 mil; e R$ 630 milhões para financiar unidades de até R$ 750 mil.

Souza pontuou que basicamente a Caixa trabalha com o sistema de amortização SAC, sendo poucos os financiamentos concedidos com base no sistema Price, enquanto os créditos concedidos ao setor público têm as taxas de juros inferiores às praticadas no setor privado.

Nas operações especiais, o vice-presidente afirmou que serão atendidas grandes, médias e pequenas construtoras e que a taxa efetiva a ser praticada deve ficar em 8,84% ao ano somada à TR, enquanto a nominal situar-se em 8,50% ao ano mais a TR.

Segundo Souza, as medidas anunciadas visam fomentar a cadeia da indústria de construção como um todo, e nesse sentido a retomada do financiamento do segundo imóvel é muito importante.

Ele destacou também que as decisões tomadas pelo Conselho Curador do FGTS voltadas à liberação de recursos para financiamento habitacional vêm ao encontro da necessidade do sistema imobiliário e da Caixa, que caíram em consequência da desaceleração da poupança.

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