Por lucas.cardoso
Senador Delcidio Amaral (sem partido-MS) Marcos Oliveira/Agência Senado

Brasília - Em delação premiada homologada no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Delcídio Amaral (PT-SP) cita a atuação de senadores petistas em negociatas para a obtenção de recursos para campanhas eleitorais aos cargos do Legislativo.

No acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República para colaborar com as investigações, Delcídio avaliou que "se deve dar atenção especial" para o período no qual a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, foi diretora financeira de Itaipu, quando vários negócios envolvendo obras teriam passado pelas suas mãos.

"O mesmo vale para as concessões do Porto de Santos, quando a mesma, como chefe da Casa Civil, teve atuação decisiva na definição das áreas leiloadas", acrescentou o delator. Delcídio afirma ainda que é "de notório conhecimento" a relação de Gleisi com a empresa Consist. Segundo ele, a Consist acompanha a senadora e seu marido - o também ex-ministro de Dilma Paulo Bernardo - desde a época em que foram secretários do ex-governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT.

"A Consist, sempre atuou como braço financeiro dos mesmos, e como mantenedora das despesas do mandato da senadora Gleisi, nos últimos anos. Existem provas incontestáveis sobre isso", disse Delcídio aos investigadores. De acordo com ele, Paulo Bernardo sempre foi o "operador" da esposa.

No documento de delação, Delcídio também alega que o senador Humberto Costa (PT-PE) "agiu com desenvoltura" na Refinaria de Suape (PE). "Ele foi parceiro, entre outras empresas, da White Martins, que sempre contribuiu decisivamente para suas campanhas", afirmou.

Humberto Costa e Gleisi Hoffmann Reprodução Internet

Segundo o delator, o "operador" de Humberto Costa no esquema é o empresário Mario Beltrão. Além disso, Delcídio cita a proximidade do senador pernambucano com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato STF, homologou nesta terça-feira, 15, delação premiada do senador e abriu o sigilo dos autos.

Você pode gostar