Brasília - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta terça-feira a delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
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Em depoimento durante negociação de delação premiada, Amaral afirmou que a presidenta Dilma Rousseff pediu a ele que atuasse nas investigações da Lava Jato ao pedir que encontrasse com o desembargador Marcelo Navarro, atualmente ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e pedisse que ele votasse pelo relaxamento da prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. O documento havia sido divulgado em uma reportagem da revista "IstoÉ".
Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador disse que o partiu dele a ordem para que ele tentasse convencer o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, preso na Lava Jato, a não implicar José Carlos Bumlai numa eventual delação premiada. Delcídio foi preso ao ser gravado pelo filho de Cerveró promete
Ainda de acordo com a publicação da revista, Amaral citou ao menos cinco colegas. Entre eles os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) presidente do senado e o senador tucano Aécio Neves. Os parlamentares já haviam sido citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento à Polícia Federal.
Além de Calheiros, o ex-líder do governo no Senado também citou os senadores peemedebista Romero Jucá (RR), Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Eunício Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RO).
O Supremo Tribunal Federal deverá divulgar a homologação da delação de Amaral na tarde desta terça.
Cardozo, da AGU, diz que delação de Delcídio já foi noticiada e não se sustenta
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, reagiu à notícia da homologação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que já foi noticiada e as denúncias não se sustentam.
Falando a jornalistas, Cardozo disse que as acusações contidas na delação do ex-líder do governo no Senado sobre a presidenta Dilma Rousseff e o governo são muito frágeis.
Governo está preparado para defender Dilma na comissão do impeachment
O governo já está preparado para defender Dilma Rousseff na comissão do impeachment a ser instalada na Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça-feira o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo.
O ministro reiterou, em entrevista, que o governo não cometeu crime de responsabilidade fiscal que justificasse um impedimento da presidenta. "Não houve ilegalidade", acrescentou.
Cardozo disse ainda que a eventual volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto como ministro de Dilma "não é blindagem".