Por thiago.antunes

Brasília - Representantes de movimentos que lutam pela reforma agrária criticaram a atuação do juiz Sergio Moro e prometeram a ocupação de latifúndios no país caso a regularização de terras para assentamentos não avance. As declarações foram feitas nesta sext-feira, durante a cerimônia em que a presidente Dilma assinou atos que autorizam a regularização de áreas rurais para a reforma agrária e para comunidades quilombolas.

O combate à bancada dos ruralistas e a bancada da bala também foi colocado durante o evento. “Se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, vamos incomodar as casas deles, as fazendas e as propriedades deles. Vai ter reforma agrária, vai ter luta e não vai ter golpe”, afirmou o secretário de finanças e administração da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Aristides Santos.

Dilma assinou 25 decretos de desapropriação de imóveis rurais para a realização da Reforma AgráriaEfe

O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), Alexandre Conceição, chamou Moro de golpista.  “Ele prendeu nossos companheiros sem justificativa há três anos. Nós não cometemos crimes, quem comete é o latifúndio e o Moro, que faz com a sua caneta maldades contra o povo”, disse.

Conceição também chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de bandido e criticou os veículos de imprensa na presença de Dilma.Segundo ele, a imprensa quer o impeachment para que os ricos cheguem ao poder. “O Palácio do Planalto não pertence a 1% da população brasileira. Nós vamos ocupar as ruas em defesa de seu mandato, presidente. A senhora é uma mulher honrada e não pode ser julgada por um bandido como o Eduardo Cunha”, disse.

Conceição cobrou ainda a liberação de mais recursos para o Incra e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). "É preciso que haja a recomposição efetiva do Incra e do MDA para que eles possam ajudar a construir um processo de agroindustrialização para que a nossa produção possa ser beneficiada e para que nossa juventude não precise mais sair do campo para viver com drogas nas cidades. O campo precisa ser um lugar excelente” disse.

A presidenta Dilma assinou 25 decretos de desapropriação de imóveis rurais para a realização da Reforma Agrária. Os 21 decretos vão assegurar 35,5 mil hectares de terras para a Reforma Agrária em 14 estados.
Na cerimônia, também foram assinados quatro decretos de regularização de territórios quilombolas, atendendo a 799 famílias no Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte e Sergipe, somando 21 mil hectares. Ao todo os decretados equivalem a um total 56,5 mil hectares. 

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