Por clarissa.sardenberg

Rio - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) chamou de "figura bizarra", em discurso que manifestou seu "sim" pelo afastamento de Dilma nesta quarta-feira, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que decidiu pela anulação da sessão do impeachment e depois recuou. Segundo ele, com a manobra, Maranhão "cobriu-se de ridículo". Aloysio também rebateu a tese da base governista de que a presidente Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade fiscal e falou sobre a "profunda crise" que o país vive.

"Imagine se Getúlio Vargas iria se entregar a uma manobra como esta?", falou em crítica ao discurso da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) no início da sessão. Segundo ele, Dilma perdeu a oportunidade de reverter a situação do país em 2013, na época dos protestos de julho daquele ano.

Saiba: Gleisi Hoffman chama impeachment de 'farsa histórica'

"As consequências para o povo podem ser vistas por todos pelas ruas", afirmou sobre a crise. Ele rejeitou qualquer menção de golpe, ao que chamou de "farsa do golpe." "Quem fez e fará Michel Temer presidente da República é a sociedade brasileira, que quer decência", disse o parlamentar.

O senador ainda fez menção aos acordos feitos no governo Dilma em casos de investigação de corrupção, que ele classificou que em sua gestão passaram de "acordos de leniência para acordos de complacência." Segundo ele, nem mesmo os apoiadores de Dilma têm convicção de que ela pode governar o país e ele tem plena convicção de que a presidente será afastada.

De acordo com a assessoria do deputado Waldir Maranhão, ele estava despachando com outros deputados no momento das declarações do senador Aloysio Nunes e ainda não tomou conhecimento das mesmas. Por conta disso, segundo sua assessoria, ele não irá se manifestar.

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