Por clarissa.sardenberg

Brasília - Criticado por não ter nomeado nenhuma mulher para o primeiro escalão de seu governo, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), prometeu ontem rever essa situação, caso o Senado decida pelo impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Em encontro com a bancada feminina da Câmara, Temer manifestou intenção de nomear uma mulher para o primeiro escalão do governo na primeira reforma administrativa de uma eventual gestão definitiva à frente do Palácio do Planalto.

Ao grupo de cerca de 20 deputadas, Temer argumentou que teve pouco tempo para compor a equipe ministerial e, por isso, a ausência de mulheres. Ele ressaltou ainda que os partidos da base aliada não ofereceram nomes de mulheres para a Esplanada dos Ministérios.

O presidente interino Michel Temer com deputadas da bancada feminina da Câmara dos DeputadosMarcelo Camargo / Agência Brasil

“Ele disse que ficará com este grupo de ministros, mas que o processo está em andamento, e deixou claro que haverá a formação de um novo ministério, um pouco mais à frente, e ele vai trabalhar nesta questão da mulher”, disse a deputada federal Josi Nunes (PMDB-TO).

Na conversa com a bancada feminina, Temer garantiu que não haverá retrocessos ou paralisações em políticas e iniciativas de gênero. “Não é porque não há um Ministério da Mulher que teremos uma paralisação ou retrocesso”, disse Temer. No encontro, as deputadas defenderam a nomeação da presidente do PMDB Mulher, Fátima Pelaes, para a secretaria de política para as mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça.

Dilma 

Em conversa ontem com seguidores nas redes sociais, Dilma disse que a extinção do Ministério da Cultura é “pura demagogia” e ressaltou que as mulheres não querem ser tratadas como um “fetiche decorativo”. No bate-papo, a presidente afastada criticou a ausência de mulheres no primeiro escalão do governo peemedebista e disse que aquelas que recusaram convite para assumir a Secretaria Nacional de Cultura têm “consciência de gênero”.

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