Por rafael.souza

Brasília - A cúpula do PMDB no Senado ficou apreensiva com a informação de que Expedito Machado Neto, o Did, fará delação premiada. Pelo acordo firmado com o Ministério Público, além do depoimento, será repatriada parte dos recursos relacionados ao esquema de corrupção da Petrobras.

Como foi revelado na terça-feira, o filho do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado também aceitou, acompanhando a decisão tomada pelo pai, contribuir com as investigações em troca de benefícios em seu processo. Os dois acordos, homologados pelo MP, transitam em conjunto.

Em áudios divulgados pela imprensa, o pai, Sérgio Machado, comprometeu lideranças do partidoReprodução

Foi Machado quem produziu as gravações que derrubaram dois dos ministros do governo interino de Michel Temer, Fabiano Silveira (Transparência) e Romero Jucá (Planejamento), e envolveram outras lideranças da legenda, como o ex-presidente José Sarney e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Contudo, as revelações feitas por Did causaram mais preocupação à cúpula da legenda no Senado do que os áudios gravados por Machado. Isso porque, segundo os investigadores, Did seria operador de um fundo de investimentos no exterior abastecido com dinheiro de propina. Filho caçula de Sérgio Machado, Did mora em Londres.

Defesa

Os advogados de Expedito Machado Neto, Fernanda Tórtima e Antônio Pitombo, declararam, por meio de nota, que ele "jamais teve vínculo com qualquer político, partido político ou funcionou como operador financeiro do PMDB e tampouco controla ou detém fundo de investimento na capital da Inglaterra".

Segundo pessoas próximas à família, cerca de R$ 700 milhões teriam passado pelas contas do filho do ex-presidente da Transpetro. Apesar de apreensivos, integrantes da cúpula do PMDB já preparam a versão de que o dinheiro das contas de Did são exclusivamente de Machado. Os senadores avaliam que os dois não teriam como comprovar que os valores pertencem a políticos do partido. 

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