Por tiago.frederico

Brasília - Nomeada ontem para chefiar a Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) foi apontada pelo Ministério Público Federal como integrante de uma “articulação criminosa” para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares.

Fátima é presidente do PMDB Mulher e seu nome foi sugerido ao presidente em exercício, Michel Temer, pela bancada feminina na Câmara dos Deputados.O envolvimento da ex-deputada na Operação Voucher em 2011 foi revelado ontem pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’.

Suspeita de desvio de dinheiro%2C Fátima Pelaes foi nomeada por Temer para a Secretaria das Mulheres Efe

Relatório da Procuradoria-Geral da República cita o nome de Fátima em escândalo ligado a uma ONG fantasma que havia celebrado convênio com o Ministério do Turismo em 2011. O inquérito aberto em 2013 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) está na Justiça Federal do Amapá e os sigilos fiscal, bancário e telefônico de Pelaes foram quebrados.

Segundo a investigação, Fátima indicou uma ONG fantasma chamada Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas para promover o turismo no Amapá. Na época, quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro. À ‘Folha’, Fátima disse que “confia no trabalho da polícia e da Justiça e está tranquila de que tudo será esclarecido”.

Com a polêmica, assessores presidenciais defendem que a peemedebista seja exonerada da pasta e, em seu lugar, seja nomeada Solange Jurema, presidente da secretariada nacional da mulheres do PSDB.

A nomeação de Fátima para chefiar a secretaria gerou críticas de setores favoráveis à descriminalização do aborto já que ela se manifestou publicamente contra o assunto.

Quando estava na Câmara em que era deputada, Fátima se manifestou contra o aborto numa sessão que discutia proposta que visava concessão de uma bolsa a mulheres que engravidam após estupro. Na ocasião, em 2010, Fátima fez um relato na Câmara, quando revelou que é fruto de um ato de estupro. A mãe, que estava presa, engravidou após ser vítima de violência sexual, mas não optou pelo aborto.

Ao ser anunciada para a Secretária das Mulheres, ela disse que, apesar de ser contra o aborto mesmo em caso de estupro por causa da religião e história de vida, o governo não vai interferir nas atuais regras do país para a prática.

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