Por gabriela.mattos

Brasília - Mais uma polêmica envolvendo a acusação de assédio sexual e agressão contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), feita por uma mulher de 22 anos de Brasília, conforme revelamos. O repórter entrevistou a mãe da jovem, e ela confirmou que flagrou a filha machucada à ocasião do dia da suposta agressão. Para instigar ainda mais o caso, a mãe da garota confidenciou: “Ela ligou de São Paulo e pediu uma conta para um depósito, mas que fosse no CNPJ'', e que não tivesse rastros de ligação com ela. A mãe não entendeu do que se tratava no telefonema cercado de mistérios.

O relato foi feito a este repórter e ao advogado da Coluna na terça-feira (2), numa cafeteria do Shopping Pátio Brasil, na Asa Sul de Brasília. Naquele momento, a jovem, direto de São Paulo e tutelada por assessores de Feliciano, recuara na acusação e espalhava pelas redes sociais vídeos negando a história, acusando os contatos que havia procurado e dizendo 'ser coisa da esquerda'.

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A senhora, muito religiosa e surpresa com os acontecimentos, aceitou conversar pessoalmente sobre o caso após perceber a viagem estranha da filha para São Paulo. Ela mentiu. Havia dito ao repórter que viajara com o pai – a mãe revelou que o marido estava em casa.

A mãe da jovem relatou que um dia percebeu a filha agoniada ao telefone. Suspeitou de sua fragilidade e foi à faculdade onde a menina estuda. “Eu a encontrei chorando no banheiro, com a boca machucada e uma mancha roxa numa perna''.

O flagrante da mãe, que consolou a filha, teria sido no dia 15 de junho, no mesmo dia em que ela teria sido agredida por Feliciano com um soco na boca e empurrões dentro do apartamento funcional, na Asa Norte em Brasília, segundo relatara a jovem.

O misterioso depósito que viria de São Paulo, segundo a mãe, não aconteceu. Ela disse que poderia ser um valor para as palestras que a filha ministra para juventude do PSC em algumas cidades, quando é convidada ( já há palestra agendada para este mês, segundo revela a senhora ). Após conversar com a filha por telefone na terça, dia do encontro com o repórter, a mãe da jovem ligou para a Coluna e mudou a versão: ela teria caído e bateu a boca no chão. Não convenceu – visto que a própria menina relatou a agressão em outra ocasião.

Fato é que a jovem voltou hoje para Brasília, e não gravou mais vídeo, por ora. Disse que registrou boletim de ocorrência na Polícia sobre a suposta perseguição para 'prejudicar Feliciano', agora segundo ela um 'cara bacana', mas o B.O. não apareceu. No áudio que diz ter gravado o chefe de gabinete do deputado, ela insiste mais de uma vez que o partido deveria resolver sua situação interna.

Feliciano continua num silêncio sepulcral há 48 horas, desde que a denúncia foi publicada pela Coluna – e postou hoje uma mensagem enigmática no seu Twitter sobre o poder do silêncio. E o assessor Talma Bauer, gravado de acordo com a jovem numa conversa comprometedora, repete que não é ele no áudio, embora confirme que tenha se reunido com a mulher uma semana atrás. (Detalhe, foi a própria garota quem entregou o áudio à Coluna).

Coluna de Leandro Mazzini

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