Por tabata.uchoa
São Paulo - Dois coronéis, um soldado do Exército, três despachantes e dois civis são acusados de montar um esquema de corrupção no Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª Região Militar (SFPC/2), do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em São Paulo.
Exército dá certificado de registro de arma a colecionadoresAndré Az. / Agência O Dia

Segundo o Ministério Público Militar (MPM), o grupo criminoso organizado vendia atos administrativos que resultavam em liberações e transferências de armas de fogo de alto poder destrutivo ‘sem qualquer preocupação com o tipo de produto controlado’. Os acusados negam.

É do Exército a responsabilidade para conceder o certificado de registro de arma de fogo a categorias como colecionadores, atiradores esportivos e caçadores, conhecidos pela sigla CACs. Alguns, porém, como mostrou a investigação, recorriam às Forças Armadas para tentar obter uma arma, diante da burocracia da Polícia Federal. É a PF que analisa pedidos de compra de armas por civis, que têm de justificar a necessidade da aquisição.
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Todos os acusados foram denunciados e se tornaram réus por decisão da Justiça Militar. Os crimes teriam acontecido entre 2009 e 2012, período em que o SFPC foi chefiado pelo coronel Antonio Carlos Passos da Silva e teve como servidor o coronel Luciano de Oliveira Nóbrega.
Nessa época, o MPM identificou a transferência irregular da metralhadora Browning calibre .30 para o acervo de um colecionador. O armamento automático pode disparar até 250 tiros por minuto, com alcance de 540 metros. A acusação diz que a arma tem ‘alto poder militar’.