Brasília - A Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira a segunda etapa da Operação Panoptes, realizada em parceria com a Operação Porta Fechada, da Polícia Civil de Goiás, com o objetivo de dar sequência às investigações para desarticular uma organização criminosa que fraudava concursos públicos no Distrito Federal e em Goiás. Entre os editais fraudados está o concurso para delegado substituto da Polícia Civil de Goiás.
Juntas, as operações cumprem 15 mandados em Brasília e 18 em Goiânia contra suspeitos de liderar a chamada “Máfia dos Concursos”. Na capital federal, a justiça autorizou cinco prisões preventivas (sem duração), três temporárias (com duração de 30 dias) e oito conduções coercitivas para esclarecimentos na delegacia. Há buscas relacionadas a todos os alvos.
A primeira fase da operação foi deflagrada em agosto. De acordo com a polícia, também estão sendo feitas buscas em 16 endereços localizados em Goiânia e em cinco regiões do DF.
Entre os investigados está um ex-funcionário do então Centro de Promoção e Seleção de Eventos (Cespe) - atual Cebraspe, apontado como um dos líderes do grupo. A suspeita é que ele agia desde 2013.
Segundo informações da Tv Globo de Brasília, só em 2016 esse funcionário teria movimentado R$1 milhão em recebimentos de propina de interessados em passar em vestibulares e concursos, de acordo com os investigadores.
O ex-funcionário era quem cuidava da digitalização das provas e das folhas de respostas e, por esse motivo, conseguia preencher tudo antes e aprovar quem tivesse pagado a propina, que variava entre R$ 5 mil e R$ 20 mil de entrada. Depois de aprovado, o candidato podia chegar a pagar R$100 mil ao grupo, dependendo da remuneração prevista no edital.
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Os investigadores agora trabalham para identificar as pessoas que se beneficiaram do esquema para prendê-las e fazer com que percam a função pública. Segundo a polícia há mais de 100 beneficiários em todo o Brasil.
Fraude no Enem
Um dos alvos das polícias civis do Distrito Federal e de Goiás na operação realizada nesta segunda-feira, é um grupo suspeito de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 e que pretendia fazer o mesmo com o Enem de 2017.
Segundo reportagem da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, o delegado Rômulo Figueiredo afirmou que o Enem 2016 foi fraudado e que o grupo tentou atuar em todos os concursos, tendo êxito em alguns casos e em outros não. Ele completou informando que a operação foi antecipada visto que o grupo estava planejando fraudar o Enem 2017 por ponto eletrônico.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pelo Enem, informou em nota que o órgão “não foi notificado e está buscando acesso ao inquérito para poder se manifestar.