Rio - A Operação Lava Jato completa hoje quatro anos com números superlativos. De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, são 36 denúncias no Supremo Tribunal Federal (STF) e três no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito da operação. No STF, há 101 pessoas respondendo a ações penais. No STJ, 12 governadores são investigados.
Desde o início da operação, 134 colaborações premiadas foram assinadas e enviadas ao Supremo. De acordo com Raquel Dodge, é esperada a devolução aos cofres públicos de R$ 1,3 bilhão que estão depositados no exterior. "Já conseguimos recuperar R$ 149,5 milhões", disse a procuradora-geral.
Apesar de não ter levado nenhum político do PSDB à prisão, a operação foi louvada por sua imparcialidade pela procuradora-geral. "Finalmente, em uma democracia importante como a nossa, a lei está valendo para todos".
Segunda instância
O procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, disse, em evento em Porto Alegre, que reuniu procuradores de cinco estados, que o STF pode enterrar o combate à corrupção caso deixe de autorizar que condenados em segunda instância possam começar a cumprir as penas a que foram condenados, enquanto recorrem da sentença. A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, tem resistido a pautar o tema. Uma eventual mudança poderia beneficiar o ex-presidente Lula, condenado à prisão pelo TRF-4.
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