Curitiba - Lula aterrissou em Curitiba, terra da Lava Jato. Em um monomotor da Polícia Federal, o ex-presidente da República chegou ao aeroporto Afonso Pena às 22h11 deste sábado. Manifestantes soltaram fogos de artifício e gritaram palavras de ordem na frente da sede da Polícia Federal durante a chegada do helicóptero do político.
Uma sala especial na carceragem da corporação, no Paraná, será usada pelo petista, condenado a 12 anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Ele ficará isolado dos demais presos da operação que investiga desvios bilionários na Petrobrás. Após dois dias entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, ele saiu à pé e se entregou às 18h40 deste sábado, 7, à Polícia Federal.
Passou por exame de corpo de delito no serviço médico da Superintendência de São Paulo, no 10ª andar. De lá, partiu em helicóptero do governo estadual ao aeroporto de Congonhas, onde um monomotor da corporação o esperava.
Saída conturbada
A saída do ex-presidente em um carro cor prata - acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin Martins - foi marcada por forte tensão. Militantes postados no portão de saída do sindicato impediam o deslocamento do automóvel onde está o ex-presidente. "Cercar, sentar e não deixar prender", entoavam.
Lula deixou o carro e tornou a entrar no prédio. Depois, retornou ao carro e deixou o local. Às 18h42, saiu à pé para fora do edifício, em meio à multidão que se aglomera, e percorreu até viatura da PF que estava nos fundos da entidade.
Apesar de o magistrado ter imposto ao petista que se apresentasse até às 17h desta sexta-feira, 7, Lula não arredou o pé do sindicato, onde passou duas noites e fez seu último discurso antes do cárcere.
Lula se entrega após quase dois dias de negociação intensa. A PF aceitou aguardar que ele presenciasse a missa em homenagem a sua mulher Marisa Letícia e depois se entregasse.
Na parte da manhã, o ex-presidente fez seu último comício em liberdade, após a celebração de uma missa por Marisa Letícia, ex-primeira-dama que morreu em fevereiro de 2017 e que neste sábado completaria 68 anos.
À sua plateia, ele disse que iria se apresentar à Polícia Federal Ele desafiou seus algozes, da força tarefa da Lava Jato, a apresentarem provas contra ele. "Vou de cabeça erguida e vou sair de peito estufado de lá", afirmou, às 12h55, quando encerrou o comício.
Com informações do Estadão Conteúdo