Brasília - Em meio a crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, causou revolta de lideranças ao deixar Brasília para cumprir agenda no Ceará. Após receber críticas, ele anunciou que voltou à capital. "Em Brasília, retomaremos as negociações em torno das saídas possíveis para a greve dos caminhoneiros", escreveu em sua página no Twitter.
Mais cedo, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros havia dito que sem a presença do presidente do Senado para tentar aprovar a redução dos impostos sobre o diesel, a chance de o movimento terminar nesta quinta-feira cairia de 90% para 5%. "Se o presidente do Senado viajou para o Ceará, é porque quer ver o circo pegar fogo. Ele também será responsabilizado", disse.
"A informação sobre a viagem de Eunício me deixou preocupado porque pode gerar caos nesse país", acrescentou Lopes. "Fiquei com um sentimento de revolta. Nas entrevistas, apareceram os presidentes da Câmara e do Senado bonitinhos em frente às câmeras para dizer que vamos resolver isso. Agora, um agiu (para aprovar) e outro já na casa dele tomando uisquinho com água de coco, não é por aí", disse. "Se for isso aí, a coisa não vai ficar boa", completou.
José da Fonseca Lopes disse que a mobilização só será encerrada quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.
Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado.
No entanto, um outro impasse atrasa a aprovação da matéria pelo Senado. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta tarde que houve um equívoco de cálculo na compensação prevista no projeto de lei da reoneração da folha de pagamento que zerou o PIS/Cofins para o diesel até o fim do ano. Segundo ele, agora é preciso avançar para um ajuste.
"Houve um erro de cálculo. Foi com base em um cálculo equivocado que o relator propôs as medidas que foram aprovadas ontem na Câmara dos Deputados". A medida, aprovada na noite desta quarta-feira, ainda precisa ser analisada pelo Senado, antes de seguir para a sanção presidencial.
Eunício Oliveira foi ao Ceará nesta quinta-feira anunciar com o governador, Camilo Santana, e o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, a liberação de recursos para o Programa de Cisternas no Ceará.
* Com informações do Estadão Conteúdo