Presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, acusa 'intervencionistas'Valter Campanato/Agência Brasil
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Publicado 28/05/2018 21:58

A maior parte dos caminhoneiros que pararam na semana passada já deixou as estradas. No entanto, o governo federal admitia, no fim da tarde de ontem, que ainda persistiam 494 pontos de aglomeração e bloqueios espalhados pelo país. Para José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), ainda haveria mais de 200 mil caminhoneiros parados na noite de ontem. Para Lopes, os que se mantêm no protesto estão influenciados por defensores de uma intervenção militar no país.

Lopes, que pela manhã havia pedido que os motoristas "levantem acampamento e sigam a vida", após o acordo que levou o governo a reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,46, disse mais tarde que "um grupo muito forte de intervencionistas" têm bloqueado a saída de caminhões e feito ameaças violentas aos motoristas. "Não é mais o caminhoneiro que está fazendo greve", afirmou. "Estão prendendo caminhões e tentando derrubar o governo", disse o presidente da Abcam. Fonseca disse que há ameaças violentas para que caminhoneiros mantenham o protesto. "Não mostram arma, mas estão levantando a camisa", disse.

Boa parte dos caminhoneiros não segue orientações das entidades de classe. Eles se mantêm mobilizados por meio dos grupos de WhatsApp, sem lideranças formais. Uma das mensagens que es espalharam pelos grupos dizia que haveria uma intervenção militar "constitucional" ontem. "Na Constituição, no artigo primeiro, fala que são sete dias e seis horas para o Exército poder tomar conta de tudo, tomar a frente, chegar lá com todo seu comboio dos tanques militares, caminhões, soldados, chegar lá na frente do plenário em Brasília e retirar à força o governo... As tropas já estão se mobilizando ".

A informação - duplamente falsa, pois não existe o artigo na Constituição e nem qualquer notícia de mobilização de tropas - foi uma das que fizeram efeito sobre o ânimo dos manifestantes mais radicais. "Não podemos parar, eles viram a força que temos", disse outra mensagem.

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai investigar possíveis infiltrados políticos nas manifestações dos caminhoneiros.

Petroleiros param amanhã
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O presidente Michel Temer conversou com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, sobre a greve que os petroleiros convocaram para amanhã. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apelou para que a categoria não entre em greve no momento em que a BR Distribuidora está reabastecendo o país.
Os petroleiros anunciaram greve nacional "de advertência" por 72 horas. A mobilização é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e reivindica a demissão do presidente Pedro Parente; redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha; manutenção de empregos e retomada da produção interna de combustíveis; fim da importação de derivados de petróleo e cancelamento do programa de venda de ativos da empresa.
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