Grupos passaram a discutir uma possível paralisação Tomaz Silva/Agência Brasil
Por Agência Brasil
Publicado 01/06/2018 20:33 | Atualizado 01/06/2018 20:48

Brasília - O Ministério da Segurança Pública descartou a hipótese dos caminhoneiros voltarem a paralisar suas atividades após terem suas principais reivindicações atendidas e encerrarem o movimento que durou 11 dias. O boato de que a categoria organizaria uma nova paralisação ganhou força a partir do compartilhamento de mensagens pelo Whatsapp.

Segundo a assessoria da pasta, o ministro Raul Jungmann determinou que a Polícia Federal apure os objetivos de quem espalhou o boato. A investigação ocorrerá no âmbito dos inquéritos já instaurados para apurar a paralisação e a suspeita de envolvimento de empresários na condução dos protestos que, inicialmente, tinham como motivação a alta do preço dos combustíveis, mas logo incorporaram outras demandas à pauta de reivindicações.

"Prosseguem as investigações sobre as ações com cunho político. A PF e demais órgãos de segurança permanecem mobilizados, investigando possíveis infiltrações no movimento [dos trabalhadores]", informou a assessoria do ministério a Agência Brasil.

Em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, o ministro disse já ter conversado sobre o assunto com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchgoyen. Segundo Jungmann, o serviço de inteligência já identificou de onde partiram as mensagens, tratadas pelas autoridades como meros boatos.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também disse nesta sexta que os órgãos de inteligência estão atentos à divulgação de vídeos e notícias falsas que incitem a retomada da paralisação dos caminhoneiros e dizem que o governo não cumpre o acordo. Segundo ele, se for necessário, serão tomadas providências. "Não vai ficar sem punição quem tentar descaracterizar a verdade dos atos praticados pelo governo", disse Padilha em entrevista coletiva.

Inquéritos

Até a última terça-feira (29), a PF já tinha aberto 48 inquéritos para investigar a ocorrência de locaute na paralisação dos caminhoneiros e encaminhado à Justiça vários pedidos de prisão. Nesta quinta, o filho do dono de uma empresa de transporte e logística com sede em Caxias do Sul (RS) foi preso em caráter temporário durante a Operação Unlocked, deflagrada pela PF para reprimir a prática de locaute em rodovias do estado. O locaute é a greve ou a paralisação realizada por ou com o incentivo de empresários e é proibida por lei.

O Ministério Público Federal (MPF) também instaurou diversos procedimentos investigatórios para apurar se lideranças do movimento dos caminhoneiros infringiram a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983) em ao menos quatro estados (São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) onde foram registrados atos e declarações de indivíduos insuflando outros manifestantes a pedirem intervenção militar no país.

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