Rio - O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, cogita não participar dos debates da campanha. Em junho, o presidenciável afirmou que estaria em todos os eventos, mas, segundo informou a assessoria do partido, a impossibilidade de se aprofundar nas propostas e nos assuntos tratados nestas ocasiões transformam os debates em uma "farsa". O próximo debate ocorrerá na rádio Jovem Pan, na segunda-feira.
Por meio de sua assessoria, o Partido Social Liberal (PSL) disse que o presidenciável vai se pronunciar sobre a participação nos próximos debates no domingo.
Bolsonaro está em São Paulo, nesta quinta-feira, fazendo campanha. Em sua primeira agenda oficial no interior de São Paulo, o candidato foi a Presidente Prudente, um dos mais fiéis redutos tucanos, e criticou o ex-governador e candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Bolsonaro seguiu em carreata do aeroporto até a praça 9 de Julho, no centro da cidade. Ele caminhou rapidamente pelo calçadão e, em seguida, discursou em cima de um carro de som. Cerca de 800 pessoas participaram do ato, segundo estimativas da Polícia Militar. Em seguida, deu coletiva de imprensa
Segundo divulgou o jornal Folha de S. Paulo, o presidente do partido e braço direito do candidato, Gustavo Bebbiano, afirmou que o candidato está cansado dos debates "inócuos", que não levam a nada", mas não excluiu totalmente a possibilidade da presença no futuro.
"Ele está de saco cheio desses debates inócuos, não sabe se vai aos outros. Tem 40%, 50% de chance de não ir. Ganha quem mente mais", afirmou.
Segundo informações, o confronto direto entre Bolsonaro e Marina Silva (Rede), no último debate, realizado pela Rede TV na sexta-feira passada não influenciou na decisão. Na ocasião, Bolsonaro foi questionado sobre a diferença salarial entre homens e mulheres.
"Não tem relação. Mas esse episódio é a prova da hipocrisia em que os debates se transformaram. A Marina falou uma coisa no debate, mas, em outra entrevista, falou outra coisa. A Marina estava na minha frente. Estava tremendo, morrendo de medo", afirmou.