RIO - Ciro Gomes (PDT) abriu, nesta segunda-feira, a série de entrevistas com candidatos à Presidência do Jornal Nacional. Questionado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, o pedetista se esforçou para manter a calma, mesmo quando foi pressionado e teve pouco espaço para expor seus planos, diante das longas questões formuladas por Bonner.
Ciro reafirmou o seu polêmico plano de "tirar os brasileiros do SPC". "Não é porque sou bonzinho. Eu tenho uma proposta nacional de desenvolvimento. A recuperação do crédito e o consumo das famílias são importantes nesse projeto". Ele entregou uma espécie de cartilha sobre o projeto para Bonner. "Quem transformou isso num hit foram meus adversários".
Ciro também respondeu sobre a declaração de que receberia "a turma" do juiz Sérgio Moro à bala. "Eu apoio a Lava Jato, porque mudou o clima de impunidade. Mas a operação só prestará um bom serviço se for equilibrada. Tem gente do MDB e do PT na cadeia. Mas não há nenhum quadro, apesar de mil demonstrações de corrupção, do PSDB preso", disse.
O candidato também criticou o Ministério Público. "Há muitos abusos, destruição das reputações, sem nenhuma consequência".
Ciro respondeu sobre sua relação com o ex-presidente Lula, de quem foi ministro. "Para mim, o Lula não é um satanás, como é pintado por parte da imprensa. Também não é um Deus, como setores 'religiosos' do PT acreditam. Eu conheço o Lula há anos. Tive a honra de ser seu ministro. Foi um presidente que fez muita coisa boa... mesmo quem não gosta dele sabe disso", afirmou. "Da Dilma para cá, tudo isso foi perdido", disse.
Ao comentar sua declaração de que Michel Temer era "um quadrilheiro", Ciro lembrou que o presidente só não foi denunciado por causa da imunidade e que está no poder por conta de "um golpe". O senhor Michel Temer tem ao seu redor Eduardo Cunha, Geddel (Vieira Lima), (Eliseu) Padilha, Moreira Franco. Todos notórios corruptos".
Bonner questionou Ciro sobre processos do presidente do PDT, Carlos Lupi. "Réu ele não é", reagiu o candidato. No entanto, ele é parte de uma ação por ter usado o avião de uma ONG que tinha convênio com o Ministério do Trabalho, quando chefiava a pasta.
Nesta terça, Jair Bolsonaro (PSL) será o entrevistado escalado para o Jornal Nacional.
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