Operação da PF realizada em cinco estados mira contrabando de cigarros - Divulgação
Operação da PF realizada em cinco estados mira contrabando de cigarrosDivulgação
Por RENAN SCHUINDT

Rio - A Polícia Federal (PF) realizou na manhã deste sábado uma operação que desarticulou um esquema de contrabando de cigarros envolvendo policiais rodoviários, civis e militares. Batizada de Operação Nepsis, a ação ocorreu no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Alagoas e Mato Grosso do Sul, onde funcionava a base dos criminosos. De acordo com a PF, 29 mandados de prisão foram cumpridos, 20 deles contra policiais federais, civis e militares, acusados de facilitar a passagem das cargas contrabandeadas.

A investigação foi iniciada em 2016. A estimativa é que o grupo tenha movimentado mais de R$ 1,5 bilhão, somente no ano passado. O esquema, definido pelos investigadores como 'estruturado' e de 'modelo empresarial', contava com olheiros, batedores e até gerentes de trechos, que liberavam a rota a medida que os policiais era cooptados. Os produtos saíam do Paraguai e eram distribuídos em grandes centros urbanos. 

"A organização funcionava em ciclos e contava com mudanças de rotas constantes. Cada integrante tinha sua função estabelecida. Os gerentes, por exemplo, faziam contato com policiais corruptos. Esses, por sua vez, recrutavam novos agentes ou reprimiam aqueles que não participavam do trâmite", afirmou Cleo Mazzotti, Superintendente Regional em exercício da PF do Mato grosso do Sul.

Cerca de 280 policiais federais participaram da operação com o objetivo de cumprir 35 mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária, 12 suspensões de Exercício de Atividade Policial e 43 mandados de busca e apreensão.

Segundo a PF, o grupo investigado atuava como uma espécie de consórcio de contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai pela fronteira do Mato Grosso do Sul.

Essa rede estava estruturava em um sistema logístico de características empresariais, com a participação de centenas de pessoas exercendo funções de 'gerentes', batedores, olheiros e motoristas e, ainda, a corrupção de policiais cooptados para participar do esquema.

A operação conta ainda com a participação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Receita Federal do Brasil (RFB), além do apoio logístico do Exército e da Força Aérea Brasileira..

A estimativa dos investigadores é que os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1,2 mil carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, somente no ano passado.

 

Você pode gostar