São Paulo - Uma sala de aula da área de comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) sofreu um ataque de vandalismo com frases homofóbicas, machistas e de apoio a ditadura, escritas em paredes, murais, poesias e desenhos. Segundo uma estudante que compartilhou as imagens no Facebook, o local invadido era uma sala criativa. "O que era para um ser um local de respeito, aceitação, acolhimento, amor e paz, foi completamente vandalizado por pessoas que escreveram esses horrores nos desenhos, pinturas, poemas das pessoas", lamentou.
Sobre uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBTI (Lésbicas, Gay, Bissexuais, Transgênero e Intersexuais), com os dizeres “love is love” , amor é amor, em uma tradução livre foi escrito “tapa na cara das puta” e “falta de surra”.
Em uma lousa foi grafado “intervenção já, Ustra herói brasileiro”, em referência a Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-militar reconhecido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo como responsável por torturas praticadas no período da ditadura militar no Brasil. Também foi escrito “higienização já, esquerda fede”. O ex-militar foi homenageado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) na sessão de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O número eleitoral do presidenciável foi espalhado pelo local, com as inscrições “17 neles” e “ele sim”, em oposição ao movimento “#ele não”, mobilização contrária ao candidato Jair Bolsonaro e que ganhou repercussão nas redes sociais.
Em nota, a Faap disse que repudia todo tipo de desrespeito, violência e discriminação. “O fato ocorrido se restringe a uma divergência entre os alunos, que são capazes e estimulados a debater entre eles. Em relação à violação do espaço da sala de aula, já foram tomadas as providências cabíveis para garantir a manutenção desse ambiente que estimula a criatividade, a autonomia e a livre expressão de seus alunos”.
* Com informações da Agência Brasil