Sede da Lagoa do Clube Militar - Divulgação
Sede da Lagoa do Clube MilitarDivulgação
Por O Dia

Rio - O Clube Militar, presidido até setembro pelo General Mourão, atual candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), divulgou um documento em que apresenta diretrizes políticas para o país, intitulado "Por um Brasil Melhor". Ao comentar o documento, em entrevista para o UOL, o atual presidente da instituição, general da reserva Eduardo José Barbosa, classificou a licença maternidade como um "privilégio" e defendeu sua redução para "um mês ou um mês e meio". 

"Nem vou citar um outro [problema] polêmico aqui...", diz o general, na entrevista transcrita pelo site, para logo depois emendar: "Vou falar... A gente pode falar porque a Constituição deixa. O próprio auxílio-maternidade das mães. Falo com muita tranquilidade que tenho uma filha. Como é que funciona em outros países?  A mãe pode ficar com o recém-nascido, com o bebê, por um mês, um mês e meio". 

Em seguida, disse que, no Brasil, "se o empresário entrevista uma mulher recém-casada, pode ser o supra-sumo da competência, e entrevista um rapaz da mesma competência, é normal o empresário dar preferência ao homem. Por que? Porque ele sabe que a menina pode engravidar. Imagina isso para quem é diretor de uma empresa?".

O general defende que empresas forneçam o serviço de creche, para que a mãe possa estar junto "no intervalo de almoço". 

"Por um Brasil Melhor"

O documento, divulgado no último dia 24, pode ser visto no site oficial do Clube Militar e é dividido em dois pontos centrais: "Conjuntura" e "Medidas a adotar". 

Em sua análise de conjuntura, é avaliado que a sociedade está "carente de coesão cívica, resultando em disseminação de valores éticos e morais distorcidos e antagônicos com nossa tradição", e com "valorização assimétrica de servidores e práticas obsoletas na máquina pública, com excesso de Agências Reguladoras e Conselhos de Estatais", dentre outros pontos.

Nos "Fundamentos econômicos", tópico dentro de "Medidas para adotar", o documento defende uma "reforma tributária", "privatização e desregulamentação" e "investimento estrangeiro".

Em "Padrões de governança", o documento defende também que o "Estado deve empreender uma reforma política (novo sistema eleitoral), "extinguir ou diminuir as Agências Reguladoras", "estabelecer o livre mercado" e extinguir paulatinamente as cotas e os "cargos de vice-governador e vice-prefeito", além de "alterar normas para demarcação de terras indígenas e quilombolas", "suspender repasse de recursos públicos para ONG" e "se for o caso, fundir municípios e estados".

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