Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) vão se enfrentar no segundo turno das eleições ao governo do Estado do Rio de Janeiro - Alexandre Brum
Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) vão se enfrentar no segundo turno das eleições ao governo do Estado do Rio de JaneiroAlexandre Brum
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Aonda Bolsonaro tomou conta da bancada do parlamento do Rio e de Brasília. Na Assembleia Legislativa, o número de representantes do PSL subiu de dois para 13, entre 70 deputados. Na Câmara, a bancada estadual do partido aumentou de um para 12. No Senado, a dobradinha Flávio Bolsonaro e Arolde de Oliveira, do PSD, saiu vitoriosa, deixando para trás o ex-prefeito Cesar Maia, do DEM, e Lindbergh Farias, do PT. A disputa foi acirrada até o final, mas Maia, que figurou nas pesquisas como um dos donos da segunda vaga, perdeu com 16,66% contra 17,05% para Arolde. Filhos de políticos tradicionais, como do ex-governador Sérgio Cabral, condenado a mais de 170 anos, e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, estão fora do tabuleiro eleitoral.

No Senado, Flávio reinou absoluto e computou mais de quatro milhões de votos. "O crescimento do PSL superou as expectativas. Foi a força do Bolsonaro na reta final", avaliou Michael Mohallem, professor da FGV Direito Rio. O PT só elegeu para a Câmara a deputada Benedita da Silva e o PSol, quatro parlamentares, sendo o Marcelo Freixo o mais votado. O ex-governador Anthony Garotinho, que foi considerado inelegível para concorrer ao governo do estado, emplacou os dois filhos na Câmara, Clarissa, do Pros, e Wladimir, do PRP.

Na Alerj, apesar da maior bancada ser do PSL, o Psol conseguiu aumentar a representatividade de quatro para cinco, com a força da vereadora Marielle Franco, assassinada com seu motorista Anderson Gomes em março. As deputadas eleitas Renata Souza, Monica Francisco e Dani Monteiro são negras e trabalharam com Marielle.

LAVA JATO

Enquanto os aliados da família Bolsonaro despontaram, representantes da velha política naufragaram nas urnas, a exemplo de Marco Antônio Cabral, filho de Cabral, Leonardo Picciani, filho do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, e Danielle Cunha, filha do ex-deputado federal Eduardo Cunha, todos do MDB, que se candidataram à Câmara. Outro que também não conseguiu vaga para deputado federal foi Marcelo Crivella, do PRB, filho do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que investiu na campanha do rebento.

"Os eleitores do Rio rejeitaram políticos tradicionais. A maior surpresa foi a derrota de Marcelo Crivella, filho do prefeito do Rio. Nem o uso da máquina foi capaz de elegê-lo. Houve derrota de velha política e de candidatos ligados à Lava Jato", analisou Manoel Messias Peixinho, doutor em Direito.

Na Alerj, o MDB perdeu pouco mais da metade das vagas. De 11 deputados passou a ter apenas cinco. Na Câmara conseguiu fazer três parlamentares, mesmo número de assento de hoje. Outro político tradicional do Rio, Júlio Lopes, do PP, desta vez não se manter na Câmara. Ele foi secretário estadual de Transportes na era Sérgio Cabral. Na delação da Odebrecht, Lopes consta como um dos beneficiários R$ 15,6 milhões referentes a obra da Linha 4 do Metrô. "É importante observar a mudança de visão do eleitor. Lideranças importantes não foram eleitas", analisou Peixinho.

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