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Com 49.222.616 votos (46%) até as 23h17 de ontem, com 99% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro (PSL) confirmou o favoritismo das pesquisas e fará o segundo turno com Fernando Haddad (PT), que tinha 31.172.767 (29%). A eleição presidencial será decidida no próximo dia 28. Ciro Gomes (PDT), terceiro lugar da disputa, registrou 13.325.346 (12%). Em seguida, apareceu Geraldo Alckmin (PSDB) com 5.089.181 de votos (4%).

A expectativa de Bolsonaro, da equipe de campanha e de aliados era de que a disputa fosse decidida já no primeiro turno. O capitão reformado do Exército e deputado federal venceu em todas as regiões do país, exceto no Nordeste, onde Haddad ficou na frente em oito estados.

O ex-prefeito de São Paulo substituiu o ex-presidente Lula, impedido de concorrer pela Justiça Federal após ser condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato e enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Com 99% das urnas apuradas, João Amoêdo (Partido Novo) registrava 2.677.975 votos (2%); Cabo Daciolo (Patriota), 1.345.980 (1%); e Henrique Meirelles (MDB), 1.286.824 (1%). Marina Silva (Rede), que chegou a ocupar o segundo lugar nas pesquisas, teve apenas 1.068.121 votos (1%).

ATAQUES NO SEGUNDO TURNO

Para Marcus Dezemone, historiador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio (Uerj), o discurso contra a corrupção e anti-PT de Bolsonaro foi o principal fator que levaram o deputado a ganhar o primeiro turno com uma diferença de quase 20 milhões de votos.

O historiador lembra que o combate à corrupção também foi usado como mote de campanha de Jânio Quadros, em 1960, de de Fernando Collor de Mello, em 1989. "Mas em ambos os casos ficaram na promessa. Jânio, que usou como símbolo uma vassoura para varrer a corrupção, renunciou. Collor, chamado de caçador de Marajás, sofreu impeachment", lembrou Dezemone.

O acadêmico chama a atenção para a votação de Alckmin e Marina. "As campanhas de Ciro, Alckmin e Marina evitaram o avanço do Haddad, mas não se traduziram em votos para os três. No caso de Alckmin e de Marina, a votação migrou para Bolsonaro no primeiro turno", avalia.

Bolsonaro e Haddad terão 10 minutos na propaganda eleitoral na TV e no rádio cada. O deputado deverá manter os ataques, segundo integrantes da campanha.

Ontem, Haddad elogiou Ciro, Marina e Meirelles. Mas ressaltou que não vai se limitar a procurar partidos e políticos. "Vamos procurar personalidades, pessoas que tenham uma biografia de serviços prestados".

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