O presidente Jair Bolsonaro empossa o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de nomeação dos ministros de Estado, no Palácio do Planalto - Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro empossa o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de nomeação dos ministros de Estado, no Palácio do PlanaltoValter Campanato/Agência Brasil
Por O Dia

Brasília - Na tarde desta quarta-feira, o "Posto Ipiranga" e guru econômico do presidente Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, tomou posse como ministro da Economia.  

O superministério de Guedes reúne os ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. 

Em seu primeiro discurso como ministro da Economia, Paulo Guedes refutou o título de "superministro" e disse que ninguém consertará os problemas do país sozinho. "É uma construção conjunta. Não existe superministro, não existe alguém que vai consertar os problemas do país sozinho, os três poderes terão que se envolver", afirmou, durante cerimônia de transmissão de cargos, da qual estão presentes o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Guedes citou a importância do papel da imprensa, a quem chamou de "quarto poder". Ele disse ainda que não há motivos para dúvidas de que temos uma "democracia resiliente" e que está sendo testada nos últimos 30 anos.

Segundo Guedes, o Poder Legislativo declarou sua independência nos dois processos de impeachment. Sem citar nomes, ele afirmou que, nesse processo, o Executivo tentou comprar parlamentares e o Judiciário "prendeu quem comprou e quem vendeu".

"Houve uma mudança de eixo, após 30 anos de revezamento da centro-esquerda, há agora aliança de conservadores no costume e liberais na economia. Nossa democracia estava capenga sem isso", completou.

Guedes iniciou seu discurso com agradecimento ao presidente Jair Bolsonaro, de quem disse ser testemunha do "patriotismo, determinação, sinceridade e integridade".

Em referência aos gastos com a Previdência, Guedes disse que a máquina do governo virou gigantesca engrenagem perversa de transferência de renda. O ministro chamou de "piratas privados" as empresas que foram beneficiadas por recursos de bancos públicos sem que gerassem o retorno esperado para a economia e para o mercado de trabalho. Ele indicou que pretende reduzir a "asfixia" que domina hoje gastos prioritários em saúde, educação e cidadania.

"Os bancos públicos se perderam em grandes problemas com piratas privados e burocratas políticos. Burocratas corruptos e criaturas do pântano político se associaram contra o povo brasileiro", afirmou Guedes, que nesse momento foi aplaudido pela plateia na cerimônia de transmissão de cargo.

O ministro criticou o excesso de gastos do governo federal e afirmou que o crescimento das despesas corrompeu a política e estagnou a economia. "O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos e parou de crescer pelo excesso de gastos. A reforma do Estado é chave para a correção desse fenômeno", defendeu.

"O governo age como se não houvesse amanhã, se endivida e transfere pra frente", acrescentou o ministro, ressaltando o elevado patamar de gastos com juros da dívida pública. Ele destacou que o Banco Central é independente para definir a taxa de juros, mas disse que "o estoque da dívida está aí e cumprimos contratos".

O ministro sinalizou que o futuro secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos, Salim Mattar, fará a correção de desequilíbrios. "Vamos vender ativos, desacelerar a dívida, talvez controlemos nominalmente essas despesas. Deixa de ser a asfixia de recursos para saúde, educação, cidadania, e o Brasil deixará de ser paraíso do rentista e inferno para empreendedores", afirmou.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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