Vista dos destroços após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale na Mina  Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, na manhã deste sábado - Felipe Correia/Parceiro/Agência O Dia
Vista dos destroços após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale na Mina Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, na manhã deste sábadoFelipe Correia/Parceiro/Agência O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Belo Horizonte - Subiu para 34 o número de mortos no desastre do rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, segundo nova atualização do Corpo de Bombeiros, feita na noite deste sábado. O governo de Minas Gerais chegou a anunciar 40 mortos, mas revisou suas informações e confirmou os mesmos números dos bombeiros. As buscas por sobreviventes e corpos foram suspensas às 20h, e serão retomadas às 4h de domingo.

De acordo com o novo balanço, já foram resgatadas 366 pessoas; destas, 221 eram funcionários da Vale, e outras 145, trabalhadores terceirizados da mineradora. Além disso, 23 pessoas estão hospitalizadas.  Centenas de pessoas estão desaparecidas.

Os novos números confirmam o desastre de Brumadinho como uma tragédia humanitária ainda maior que a  ocorrida em 2015 na cidade de Mariana (MG). Na época, a enxurrada de lama decorrente da ruptura da Barragem do Fundão resultou na morte de 19 pessoas.

O governador Romeu Zema Neto decretou luto oficial de três dias em Minas Gerais.

Eletrodomésticos e estruturas de imóveis amontoados após desastre - AFP

Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a região atingida. O presidente afirmou que o governo fará "o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente". Mais tarde, disse que terá ajuda tecnológica do governo israelense para auxiliar nas buscas

A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reuniu-se neste sábado com o presidente Jair Bolsonaro, o governador Romeu Zema, o presidente da Vale Fabio Schvartsman, ministros e representantes do Governo, no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Após a reunião, em conversa com jornalistas, Dodge afirmou que "certamente há um culpado, ou mais de um" pelo rompimento da barragem em Brumadinho, e cobrou firmeza do Ministério Público e de órgãos de Estado do poder executivo para identificá-lo. "É preciso que os governos também cobrem das empresas", afirmou ela, pedindo também uma "solução extra-judicial" do caso.

Desde sexta, o comitê criado pelo governo federal para acompanhar o caso já trabalhava com a expectativa de que a tragédia humana decorrente da ruptura da barragem da Vale superasse o episódio de três anos atrás.

A Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões em contas da Vale após o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A decisão foi tomada na noite da última sexta-feira e atende a um pedido do governo do estado para "imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências" do desastre segundo liminar do juiz Renan Chaves Carreira Machado. O Ibama multou a empresa em R$ 250 milhões pelo desastre.

A região foi atingida por uma forte chuva durante a tarde, o que prejudicou o andamento das operações de resgate.

Ônibus é encontrado sem sobreviventes

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou na manhã deste sábado que um ônibus com funcionários da Vale foi encontrado na barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho

A corporação não quis confirmar o número de pessoas que haviam no veículo, que estava soterrado, mas disse que todos os passageiros estavam sem vida.

Vale é multada em R$ 250 milhões

Vista dos destro - Felipe Correia/Parceiro/Ag

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou na tarde deste sábado a aplicação de uma multa no valor de R$ 250 milhões à Vale. Segundo o órgão, os danos ao meio ambiente resultaram até o momento em cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada, o máximo previsto na Lei de Crimes Ambientais.

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