Rio - Lucinha Araújo, mãe de Cazuza e presidente da Sociedade Viva Cazuza, escreveu uma carta aberta ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, após o ministro atribuir a Cazuza uma frase que o músico jamais disse. Em entrevista à revista Veja, Vélez Rodriguez disse que Cazuza "pregava que liberdade é passar a mão no guarda".
"No Brasil, por força de ciclos autoritários, temos uma visão enviesada da liberdade. Liberdade não é o que pregava Cazuza, que dizia que liberdade é passar a mão no guarda. Não! Isso é desrespeito à autoridade, vai para o xilindró. Nossas crianças e adolescentes devem ser formados na educação para a cidadania, que ensina como agir de acordo com a lei e com a moral", afirmou o ministro, ao ser indagado sobre a liberdade de se ensinar ensinar marxismo, fascismo e liberalismo nas escolas.
A frase, falsamente atribuída ao músico, na verdade era usada pelo grupo humorístico "Casseta & Planeta" nos anos 80.
Em carta aberta publicada no site da Sociedade Viva Cazuza, Lucinha considera "inadmissível uma pessoa ocupando o cargo que ocupa não ter a preocupação de citar uma pessoa pública sem compromisso com a verdade". A mãe do artista lembra ainda que "Cazuza foi a primeira pessoa pública no Brasil a assumir sua condição de HIV positivo, o que possibilitou a luta pelo acesso universal do tratamento, o que fez do Brasil um país reconhecido mundialmente pelo programa de Aids e posteriormente imitado por outros tantos".
A presidente da Sociedade Viva Cazuza finaliza a carta afirmando que "gostaria de deixar aberta a possibilidade de se retratar publicamente para que não seja necessário ter que tomar providencias jurídicas".
O ex-prefeito de São Paulo e candidato à presidência pelo PT nas últimas eleições, Fernando Haddad, comentou o episódio no Twitter: "Ignorância", escreveu ele.
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