Bolsonaro cria canal para nomeações no segundo escalãoCleia Viana/Câmara dos Deputados
Por O Dia
Publicado 20/02/2019 10:07 | Atualizado 20/02/2019 10:41

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro entregou nesta manhã o texto da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, onde começa a tramitação do projeto. O presidente foi pessoalmente à Casa, acompanhado dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), onde ficou por cerca de vinte minutos no gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre também participou da entrega do texto.

Com forte esquema de segurança, os jornalistas ficaram restritos a um espaço cercado, com contato limitado às autoridades. Bolsonaro passou direto pela imprensa, sem dar entrevistas.

Um pronunciamento do presidente em cadeia nacional é esperado para esta noite.

Presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, recebe o presidente da República, Jair BolsonaroLuis Macedo/Câmara dos Deputados

Uma entrevista coletiva dos pontos da reforma da Previdência está marcada para as 10h15 com integrantes da equipe técnica do Ministério da Economia, que devem explicar o projeto. O slogan da campanha pela aprovação da proposta é "Nova Previdência é para todos. É melhor para o Brasil." O mote evita a palavra "reforma".

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, participam de reunião com os governadores para apresentar os detalhes da reforma.

Deputados da oposição fazem protesto em referência a 'laranjal do PSL' na Câmara, durante passagem de Bolsonaro Lula Marques/ PT

Entrega do projeto de reforma da Previdência na Câmara dos DeputadosReprodução/ Twitter

Oposição faz protesto sobre 'laranjal'

Houve um protesto da oposição que se vestiu com um avental segurando laranjas, em referência aos indícios de que o partido do presidente PSL, utilizou-se de candidaturas de mulheres laranjas em Minas e em Pernambuco para desviar recursos do fundo partidário. Dentre os cerca de dez deputados que fizeram o protesto estava Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).

Para os oposicionistas, Bolsonaro não tem legitimidade para apresentar a proposta e já se posicionou contra a reforma no passado.

"Hoje tem laranjada?", cantavam os deputados em coro. "Bolsonaro mente", ecoavam em outro momento.

Eles também pedem a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que era presidente do diretório estadual do PSL em Minas no ano passado e é acusado de envolvimento no esquema.

Nesta quarta, diante da pressão sobre o caso, Bolsonaro tem reunião com Álvaro Antônio às 14 horas, no Palácio do Planalto. O assunto não foi divulgado pela assessoria de imprensa do presidente.

A oposição questiona o fato do então ministro da Secretaria-Geral Gustavo Bebianno ter sido demitido após suspeitas de participação no uso de candidaturas laranja, enquanto Álvaro Antônio continuou no cargo. Bolsonaro, no entanto, justifica que a demissão ocorreu por razões de "foro íntimo". 

Tramitação

Inicialmente, a proposta é submetida à análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e depois será discutida e votada em uma comissão especial da Casa, antes de seguir para o plenário.

No plenário, a aprovação do texto depende de dois dois turnos de votação com, no mínimo, três quintos dos deputados (308 votos) de votos favoráveis.

Em seguida, a proposta vai para o Senado cuja tramitação também envolve discussão e votações em comissões para depois, ir a plenário.

O texto elaborado pelo governo propõe idade mínima para aposentadoria para homens (65 anos) e mulheres (62 anos), além de um período de transição.

*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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