O vereador Marcello Siciliano é um dos investigados no caso - Estefan Radovicz / Agência O Dia
O vereador Marcello Siciliano é um dos investigados no casoEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por ADRIANA CRUZ

Rio - O vereador Marcello Siciliano (PHS), apontado por uma testemunha como mandante do assassinato de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, pediu proteção à Câmara do Rio, na tarde desta quarta-feira. Durante seu discurso na tribuna, Siciliano disparou contra a família do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão.

"Estou cansado. Estão tentando me incriminar há 10 meses. Se acontecer alguma coisa comigo, eu vou responsabilizar a família do Brazão e o delegado da Polícia Federal Hélio Khristian. Esse Ferreirinha é um mentiroso", declarou referindo-se ao PM Rodrigo Ferreira, que apontou o miliciano Orlando Curicica e Siciliano como mandantes do crime.

No ano passado, o parlamentar pediu a federalização do crime. "Eu peço, imploro a federalização desse caso. Que a Anistia Internacional entre, que os direitos humanos entrem. Mataram uma vereadora e estão me matando junto. Estão querendo matar outro vereador com o mesmo tiro que mataram a Marielle", afirmou. O DIA procurou Domingos Brazão, mas ele não foi localizado.

Membro afastado do TCE, fevereiro de 2019

Uma investigação paralela à da Polícia Civil investiga esquema para forjar provas e levantar suspeitas sobre várias pessoas para atrapalhar a elucidação do caso. No dia 21 de fevereiro, a Polícia Federal realizou uma operação que mirou um delegado da própria PF e o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão. Esta linha acredita que Siciliano e Curicica foram usados para confundir a investigação.

Além de Brazão, os agentes estiveram na cobertura do delegado federal Helio Khristian Cunha de Almeida, na Zona Sul do Rio, e nas residências do policial militar Rodrigo Ferreira — testemunha que apontou o envolvimento do vereador Marcello Siciliano e do miliciano Orlando Araújo, o Orlando de Curicica como mentores da morte da vereadora, da advogada dele, Camila Moreira Lima Nogueira, do ex-policial civil Jorge Luiz Fernandes e do ex-agente da PF Gilberto Ribeiro da Costa. Os mandados foram uma determinação da Procuradora Geral da União Raquel Dodge.

 

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