Brasília - Os tuítes polêmicos de Jair Bolsonaro publicados durante o carnaval não estão mais na conta do presidente na rede social. O primeiro era um vídeo obsceno sinalizado como "sensível" pelo Twitter em que um homem aparece urinando em outro durante a passagem de um bloco em São Paulo. No outro, o presidente perguntava "o que é golden shower?", em referência à prática que publicara no dia anterior.
Golden shower, que significa literalmente banho dourado, é um termo para o fetiche de se urinar no(a) parceiro(a) durante uma relação sexual.
A divulgação das imagens obcenas pelo presidente da República causou desconforto até mesmo entre apoiadores do governo na época. As imagens e o tuíte posterior viralizaram e chamaram a atenção também da mídia internacional. A matéria sobre o assunto chegou a ser a mais lida no dia no site do jornal britânico The Guardian, conforme informou o autor da matéria ao podcast 'café da manhã' do jornal Folha de S. Paulo.
Três advogados, representantes dos homens que aparecem nas imagens, impetraram ação popular contra a União pedindo a retirada do vídeo das redes do presidente. O processo corre na 1ª Vara Cível Federal de São Paulo. Não se sabe se a exclusão do conteúdo se deve a esta a ação, que ainda está em andamento, ou foi uma decisão do próprio presidente.
A peça é assinada pelos advogados Marcelo Feller, Jose Carlos Abissamra Filho e Ricardo Amin Abrahão Nacle. Eles alegam que, ao reproduzir o vídeo em seu perfil na rede social, Bolsonaro "acaba por desestimular o turismo no Brasil, em sua festa mais icônica e conhecida mundialmente".
"Ao afirmar que um patrimônio cultural do país 'virou' uma cena dantesca, de um homem introduzindo um dedo no próprio ânus e depois sendo urinado, publicamente, o Presidente da República atacou diretamente patrimônio cultural brasileiro", afirmam os advogados. "Não é a toa que toda a imprensa internacional, incrédula, noticiou o inusitado tweet."
O Twitter não comenta publicações de contas específicas.
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