Mato Grosso do Sul - A ponte Ayrton Senna, no quilômetro 350 da BR-163, na cidade de Guaíra, divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, foi interditada na manhã desta segunda-feira por cerca de 200 índios, em protesto contra a decisão de municipalizar o atendimento médico ao povo indígena. A manifestação teve início por volta das 6h30 e após uma breve abertura, de vinte minutos, a via voltou a ser totalmente fechada. Apenas ambulâncias estavam sendo autorizadas a passar pelo bloqueio.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os índios esperaram pelo prefeito de Guaíra para montar um diálogo. A manifestação chegou a contar com 300 índios fechando a via. A ponte foi totalmente liberada por volta de 12h10 e contou com a presença de representantes do Ministério Público Federal na negociação.
Mudanças no Ministério da Saúde
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou uma proposta que pode excluir a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A pasta seria incorporada a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária. O departamento então, deixaria de ser um serviço especializado, tornando-se uma subdivisão de atendimento comum.
A decisão não foi bem aceita pelos povos indígenas. Em fevereiro, representantes das etnias Tapirapé e Carajá solicitaram uma reunião para abordar o assunto. No encontro estavam o subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha, a coordenadoria da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR) e parlamentares ligados à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Ambos os grupos vivem na região da Ilha do Bananal e do Rio Araguaia, em Mato Grosso e Tocantins.
Durante a discussão foi destacado o medo diante da proposta de municipalização. O atendimento pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas até então, era feito a partir de profissionais e recursos específicos.
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