O ministro da Economia, Paulo Guedes - Reprodução YouTube
O ministro da Economia, Paulo GuedesReprodução YouTube
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - Depois de mais de quase cinco horas de um debate morno, o ministro da Economia, Paulo Guedes, elevou o tom ao responder a deputados de oposição na Comissão Especial da reforma da Previdência. Guedes se irritou com perguntas feitas pelos parlamentares, entre elas um pedido de explicações pela deputada Perpétua de Almeida (PcdoB-AC) sobre investigação contra o ministro relacionada a fraudes em fundos de pensão.
"O padrão da Casa é baixaria depois das 18 horas, já estou entendendo", afirmou. "Não posso ser acusado do que vários companheiros da deputada estão sendo acusados."
Publicidade
O ministro chegou a dizer que, depois das 18h a escalada fica mais pessoal, mas que não reagiria a "ameaças e ofensas". Mas emendou logo em seguida: "O deputado José Guimarães [PT-BA] se 'googlar' dinheiro na cueca, vai aparecer alguma coisa", numa referência a um episódio em que um assessor do deputado foi detido com dólares na cueca .
Publicidade
Em sua fala, Guimarães, que é vice-líder da minoria, tinha dito que o governo não tinha autoridade para falar em ajuste fiscal porque o déficit primário aumentou desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
As respostas de Guedes irritaram a oposição, que chegou a exigir um pedido de desculpas, e desencadeou um bate-boca entre os parlamentares. Vários chegaram a se levantar e o presidente da comissão, Marcelo Ramos, teve que intervir quase aos gritos, pedindo calma aos deputados e ao ministro. "Vossa excelência, Paulo Guedes, sai maior daqui quanto mais enfrentar o problema da reforma da Previdência", afirmou.
Publicidade
Antes do bate-boca, Guedes chegou a dizer que o governo anterior ficou "boiando dentro do caos" sem conseguir fazer as reformas. Ele defendeu a aprovação da reforma da Previdência com economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, e disse que, se os parlamentares de oposição querem falar em solidariedade com os contemporâneos e as gerações futuras, devem "pôr a mão no bolso". "Dizer que é solidário quebrando tudo é irresponsabilidade fiscal", completou.