Presidente Jair Bolsonaro - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Presidente Jair BolsonaroDaniel Castelo Branco / Agência O Dia
Por O Dia
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro afirmou não ter participado da decisão de mudar de São Paulo para o Rio de Janeiro o Grande Prêmio (GP) do Brasil da Fórmula 1 (F1). Bolsonaro afirmou que não quer alimentar rivalidades entre Rio e São Paulo e que a mudança foi uma decisão dos responsáveis pela corrida. Nesta quarta-feira (8), após um evento no Rio, ele anunciou a novidade.
"Fiquei sabendo que há negociação da ida da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro. Eu não tive participação nenhuma nisso. A decisão é dos próprios organizadores que, inclusive, iam sair do Brasil. Em poucos meses vão construir essa pista de Fórmula 1, de modo que, ano que vem, teremos corrida no Rio. O que não pode é a Fórmula 1 sair do Brasil", disse Bolsonaro em sua live, transmitida pelo Facebook na noite desta quinta-feira (9).
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O presidente disse que, da mesma forma com que o Rio de Janeiro deixou de sediar a prova e agora voltará a recebê-la, São Paulo poderá receber a modalidade novamente no futuro. O GP Brasil foi disputado no Rio de Janeiro em 1978 e depois, entre 1981 e 1989, no Autódromo de Jacarepaguá, demolido em 2012 para construção do Parque Olímpico da Barra.
Durante o evento desta quarta, o presidente também disse que não serão destinados recursos públicos para as obras. Ele acredita que a Fórmula 1 no Rio de Janeiro irá estimular o setor hoteleiro e aquecer o turismo da cidade, gerando cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos. À tarde, pelo Twitter, o presidente informou que o nome do autódromo será Ayrton Senna.
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A estimativa, segundo o prefeito Marcelo Crivella, é que as obras comecem em menos de dois meses. "Estamos lançando o edital. As empresas terão a oportunidade de apresentar suas propostas. Em 45 dias, vamos abrir os envelopes e a vencedora poderá começar as obras", disse.
Devolução do Coaf à Justiça
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Bolsonaro também pediu que o Congresso devolva o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ). Na manhã de hoje (9), parlamentares votaram por tirar o Coaf das atribuições do ministro Sergio Moro e entregá-lo à pasta de Paulo Guedes. A votação ocorreu na comissão especial mista (composta por deputados e senadores) que tratou da reforma administrativa.
"Estão pegando a Coaf do Moro e mandando para o Paulo Guedes. Esperamos que o plenário mantenha a Coaf no Ministério da Justiça, porque é uma ferramenta muito forte para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro", afirmou.
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A votação desta hoje na comissão mista foi apenas a primeira etapa de tramitação da MP que trata da reforma administrativa. As mudanças aprovadas ainda precisam ser aprovadas pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado. O relator da reforma administrativa no Congresso, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), tinha acertado com o governo de fechar seu relatório com a Coaf no MJ, contrariando o desejo de Guedes. A comissão, no entanto, alterou esse trecho.
Outras mudanças
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Além da mudança do Coaf para o Ministério da Economia, a comissão mista aprovou ainda a realocação da Fundação Nacional do Índio (Funai), que sairá do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, para ser novamente incorporada ao Ministério da Justiça. Em outra mudança, essa com a anuência do próprio governo, os parlamentares decidiram extinguir o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A pasta será desmembrada, com a recriação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional.
"O Ministério do Desenvolvimento Regional encontra-se assoberbado devido ao excesso de demandas. A reativação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional é consequência de diversas solicitações de prefeitos, externadas durante a Marcha dos Municípios, e de parlamentares do Congresso Nacional. O retorno desses ministérios poderá dar mais eficiência, eficácia e efetividade nos resultados, fortalecendo as ações de governo em áreas que impactam profundamente a população de baixa renda, como o programa Minha Casa, Minha Vida", afirmou o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
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O porta-voz também confirmou que o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, continuará como ministro na pasta de Integração Nacional. Para o Ministério das Cidades, o governo discute a indicação com partidos do chamado Centrão, que envolve legendas como PP, PR, PSD, DEM, MDB, e com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
"Após as mudanças feitas pela comissão mista, apesar do posicionamento do governo, agora cabe aprovar ou não essas modificações. Em relação à população, ela deve exercer sua vontade externando aos seus congressistas os seus interesses", acrescentou Rêgo Barros.