Plenário aprova redução de idade de professores na transição
 - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Plenário aprova redução de idade de professores na transição Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, se exaltou durante a sabatina a que está sendo submetido na tarde desta quarta-feira, no plenário da Câmara dos Deputados. Depois de ser interpelado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB), que o questionou sobre supostas declarações de que comunistas merecem "tomar bala na cabeça", Weintraub disse não ter "ódio no coração" e disse odiar "o pecado e não o pecador".
Dizendo ser alvo de "agressões fúteis e superficiais", o ministro retrucou: "Quanto à bala na cabeça, que a deputada Jandira falou, eu não tenho passagem na polícia, eu não tenho processo trabalhista - nunca tenho - minha ficha é limpíssima". "Bala na cabeça quem prega não é esse lado aqui", emendou.
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O ministro também acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de estar por trás do pedido que resultou na demissão de uma analista do Santander, que distribuiu nota apontando que a reeleição da então presidente Dilma Rousseff resultaria em uma piora na economia. "Quem ligou para o dono do Santander na Espanha, para pedir a cabeça de uma bancária colega minha porque ela ousou falar que se a Dilma fosse reeleita a bolsa ia cair e o dólar ia subir, foi o Lula", disse Weintraub, subindo o tom de voz.
O ministro apontou governos anteriores como responsáveis pelo contingenciamento de recursos anunciados agora sob Bolsonaro. Já a atual administração federal, de acordo com o ministro, está empenhada em recuperar "parte do dinheiro da Petrobras que foi roubado". "Quero que vocês um dia enxerguem a razão e vejam que tudo o que vocês pregam gera mal, atraso, números ruins. E quem paga de maneira mais dura, mais abjeta, é o povo, é o pagador de imposto."
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Contingenciamento
Ao isentar o atual governo da responsabilidade pelos cortes, o ministro citou como causa do problema o governo Dilma, destacando que a petista tinha como vice o também ex-presidente Michel Temer. "Não somos responsáveis pelo desastre na educação básica brasileira", disse.
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Weintraub afirmou que a atual gestão está apenas "cumprindo a lei" e disse que, se as reformas apresentadas pelo governo, principalmente a da Previdência, forem aprovadas pelo Congresso, o ambiente econômico melhorará e o Executivo terá recursos para voltar a investir.
"O Brasil parou de afundar, mas infelizmente ainda não decolou. Paramos de investir e isso só vai passar quando aprovarmos a nova Previdência. Estamos no limiar de ver o Brasil decolar. A recuperação econômica vai gerar receita e poderemos ter recursos para investir na educação novamente", disse.
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Weintraub defendeu novamente que as universidades públicas do País não podem ser soberanas e que, se preciso for, a polícia pode atuar nos campi destas instituições. "Autonomia universitária não é soberania. Se preciso, a polícia tem que entrar (nas universidades). E se preciso for, a polícia vai entrar, vai entrar sim", disse. O ministro participa de uma audiência pública em comissão geral na Câmara. Ele foi convocado nesta terça-feira, 14, para explicar o contingenciamento que foi imposto às universidades federais.
Nesta terça, Weintraub já havia defendido a permissão para a atuação das polícias no ambiente das universidades. Essas instituições gozam de autonomia "didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial" garantida pela Constituição. O ministro também afirmou que é preciso "corrigir juntos (a educação) sem revolução, sem brigar, sem intolerância".