Publicado 23/06/2019 15:57 | Atualizado 23/06/2019 17:53
São Paulo - Subindo em direção à Avenida Paulista, palco da 23ª Parada do Orgulho LGBT, uma cacofonia de graves e ritmos que reverberam nos arranha-céus da região é ouvida a quarteirões de distância. O asfato colorido por glitter – vendido por R$ 10,00 – virou uma pista de dança e performances entre os 19 carros de som.
Nesta edição, a Parada LGBT traz o slogan "Nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+" e tem como tema os 50 anos da Revolta de Stonewall, episódio violento passado em 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn, em Nova York. O evento é considerado um marco mundial para a comunidade LGBTI+ porque ampliou a discussão sobre os direitos e a visibilidade do movimento gay norte-americano.
Desde sempre, a Parada adota um caráter político. Em 2019, o confronto entre a bandeira hasteada pelos organizadores e participantes e aquela levantada pelo atual governo deixa isso ainda mais nítido. Autor de diversas declarações consideradas homofóbicas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou em maio um decreto que retirou o incentivo ao turismo LGBT do Plano Nacional de Turismo, proposto originalmente por Michel Temer (MDB).
Para os frequentadores da Parada LGBT, a edição deste ano, porém, é mais especial. Segundo Talita Jacobelis, da organização da Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo, o evento deste domingo (23) traz um avanço no acolhimento de outras minorias . "Fomos de GLS [gays, lésbicas e simpatizantes] para LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros]. Largamos o genérico 'simpatizantes' para dar voz a quem realmente tem de ser representado e escutado", celebra.
O ambiente mais inclusivo ainda ajuda na desconstrução dos próprios participantes da Parada LGBT. Jardisson Leal, de Fortaleza, confessa que é a primeira vez que se monta como "Amy Ninkie". "Eu era um cara preconceituoso, sempre ouvi coisas ruins sobre a Parada. Achava que transexuais e drag queens eram 'pessoas sem classe', 'bagunça', mas hoje me libertei desse preconceito", conta.
Nesta edição, a Parada LGBT traz o slogan "Nossas conquistas, nosso orgulho de ser LGBT+" e tem como tema os 50 anos da Revolta de Stonewall, episódio violento passado em 28 de junho de 1969 no bar Stonewall Inn, em Nova York. O evento é considerado um marco mundial para a comunidade LGBTI+ porque ampliou a discussão sobre os direitos e a visibilidade do movimento gay norte-americano.
Desde sempre, a Parada adota um caráter político. Em 2019, o confronto entre a bandeira hasteada pelos organizadores e participantes e aquela levantada pelo atual governo deixa isso ainda mais nítido. Autor de diversas declarações consideradas homofóbicas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou em maio um decreto que retirou o incentivo ao turismo LGBT do Plano Nacional de Turismo, proposto originalmente por Michel Temer (MDB).
Para os frequentadores da Parada LGBT, a edição deste ano, porém, é mais especial. Segundo Talita Jacobelis, da organização da Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo, o evento deste domingo (23) traz um avanço no acolhimento de outras minorias . "Fomos de GLS [gays, lésbicas e simpatizantes] para LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros]. Largamos o genérico 'simpatizantes' para dar voz a quem realmente tem de ser representado e escutado", celebra.
O ambiente mais inclusivo ainda ajuda na desconstrução dos próprios participantes da Parada LGBT. Jardisson Leal, de Fortaleza, confessa que é a primeira vez que se monta como "Amy Ninkie". "Eu era um cara preconceituoso, sempre ouvi coisas ruins sobre a Parada. Achava que transexuais e drag queens eram 'pessoas sem classe', 'bagunça', mas hoje me libertei desse preconceito", conta.
Aos gritos de "só queremos ser livres!" vindos do carro de som decorado nas cores da visibilidade trans (rosa, azul e branco), Amy Ninkie reitera o caráter político do evento, que, segundo ela, é um "espaço de luta". A cearense também comemorou o fato de enfim estar assumindo quem é: "Minha família e meus amigos não sabem quem eu sou ou que estou aqui, mas não importa. Me encontrei entre as 'bichas' e estou me divertindo", disse.
"A favor do amor"
"A favor do amor"
E não é preciso participar – efetivamente – da Parada LGBT para perceber o ambiente mais acolhedor e o tom político do evento. Desempregada, Missi Moreira, de 58 anos, foi à Avenida Paulista vender brigadeiros e definiu a Parada como "um encontro importante e maravilhoso". "É uma festa pelo espaço que eles lutaram e lutam para arranjar na sociedade", afirmou. Sou a favor do amor, seja lá qual for. Essa é a palavra de Deus", completou.
Religiosa, Missi não quis posar para foto por medo da reação de seus colegas de Igreja, mas ofereceu à reportagem uma caixa com quatro brigadeiros. A redação de Último Segundo agradece.
Expectativa de público
Religiosa, Missi não quis posar para foto por medo da reação de seus colegas de Igreja, mas ofereceu à reportagem uma caixa com quatro brigadeiros. A redação de Último Segundo agradece.
Expectativa de público
A SPTuris, empresa oficial de turismo em São Paulo, estima que o evento atraia até 15% mais turistas neste ano em relação ao passado. De acordo com levantamento divulgado pela plataforma global de viagens Expedia, a Parada LGBT atrai turistas principalmente de países como Estados Unidos , Reino Unido, México, Espanha, França, Japão, Coreia do Sul, Argentina e Canadá.
"Somos considerados o 4º melhor destino LGBT do mundo, é um mercado promissor e que movimenta um volume considerável na economia, sendo o turismo que mais cresce no mundo. Aqui em São Paulo temos como exemplo a Parada LGBT de 2018, que trouxe 3 milhões de pessoas, sendo mais de 24% turistas, movimentando cerca de R$ 288 milhões na economia da cidade”, exaltou, na semana passada, o secretário municipal de Turismo, Orlando de Faria.
"Somos considerados o 4º melhor destino LGBT do mundo, é um mercado promissor e que movimenta um volume considerável na economia, sendo o turismo que mais cresce no mundo. Aqui em São Paulo temos como exemplo a Parada LGBT de 2018, que trouxe 3 milhões de pessoas, sendo mais de 24% turistas, movimentando cerca de R$ 288 milhões na economia da cidade”, exaltou, na semana passada, o secretário municipal de Turismo, Orlando de Faria.
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