Imagens do Centro de Operações da Prefeitura mostram congestionamento em frente ao Centro de Tratamento de Encomendas em Benfica, na Zona Norte - Reprodução/ COR
Imagens do Centro de Operações da Prefeitura mostram congestionamento em frente ao Centro de Tratamento de Encomendas em Benfica, na Zona NorteReprodução/ COR
Por Beatriz Perez
Rio - Os trabalhadores dos Correios entraram em greve nacional por tempo indeterminado na noite de terça-feira. Os funcionários dizem que o governo e a direção da estatal querem reduzir salários e benefícios para diminuir custos e privatizar os Correios.
No Rio, três mil funcionários aderiram à greve, segundo o sindicato estadual. No principal ato da paralisação na manhã desta quarta-feira, funcionários estão desde as 4h em frente ao Centro de Tratamento de Encomendas em Benfica, na Zona Norte, para tentar impedir a entrada e saída de caminhões.
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Os trabalhadores fazem corredor humano para tentar impedir a saída dos veículos. O Centro de Operações da Prefeitura informa que a Rua Leopoldo Bulhões tem trânsito intenso nos dois sentidos, sem interdições.
"Estamos fazendo vários atos em várias unidades, onde nenhum caminhão está saindo. Praticamente 100% das unidades de entrega no Rio estão parados", diz Pedro Alexandre, diretor de imprensa dos sindicato dos Correios no Rio.
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A previsão do sindicato no Rio é de que o ato no centro de distribuição da empresa em Benfica se estenda até às 12h.
A categoria é contra a proposta de reajuste salarial de 0,8%. Os funcionários também são contra retirada de pais e mães do plano de saúde, a exclusão do vale cultura, a redução do adicional de férias de 70% para 33% e o aumento da mensalidade do convênio médico e da coparticipação em tratamentos de saúde.
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"A empresa quer retirar benefícios que vão trazer um prejuízo anual ao trabalhador entre 7 e 8 mil reais. Não estamos nem pedindo aumento real do salário, apenas a reposição da inflação e a manutenção dos benefícios", diz Pedro Alexandre.
A federação nacional do sindicato dos Correios diz que assembleias em São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins e Maranhão aprovaram a greve.
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Os Correios estão na lista divulgada pelo governo das estatais que devem ser privatizadas.
Funcionários dos Correios no Rio declararam greve na noite de terça-feira (10) - Reprodução/ Sintect Rio de Janeiro
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Em nota, os Correios dizem que participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o Acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, "algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa".

"No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população", finaliza a nota.