Publicado 02/09/2019 18:19 | Atualizado 02/09/2019 18:48
São Paulo - Entre tantas medidas escabrosas praticadas por José David Breviglieri Xavier, quando era presidente de um parque de diversões, chama a atenção ter usado dinheiro do empreendimento para processar uma diretora financeira que fazia parte da sua própria administração. Oi?
Leia também: Covardia! Sindicatos recebem denúncias de assédio moral contra ex-presidente de parque de diversões
Acredite se quiser, mas o antigo gestor, no melhor estilo raposa tomando conta do galinheiro, gastou R$ 15 mil do orçamento do parque para acionar na Justiça sua par de diretoria, sob alegação de crimes contra a sua honra. Ele já foi notificado pelos advogados da atual administração do parque a restituir o dinheiro. Do contrário, responderá por ações nas áreas criminais e cíveis.
Vídeo: David dispensa funcionário de forma agressiva
O que o parque tinha ver com o desentendimento entre diretores? Nada, mas para o executivo, que ganhou apelido nas redes sociais de João de Deus, por maus-tratos a funcionários, dinheiro da empresa que deveria gerir com responsabilidade fiscal era usado para seus interesses particulares. É como misturar o interesse público com o privado em faturamento de estatal. A Operação Lava-Jato sabe bem o que é isso.
Mas ao contrário do que se possa imaginar, a vítima no caso não foi José David, mas Deuscimara Teixeira Mendonça. A diretora financeira acionou seus advogados (sem usar dinheiro do parque para pagar honorários) para denunciar na Justiça o ex-presidente de mandar “capangas” coagi-la a comparecer a uma assembleia no parque.
Para poder fazer deliberações de acordo com a sua conveniência, de maneira casuística, o dirigente afastado da Justiça precisava da presença da Deuscimara, representante dos acionistas majoritários. David foi colocado no cargo de presidente do parque por acionistas minoritários.
Numa cena que lembra filme norte-americano de mafiosos, José David determinou que dois “capangas”, que atuavam como seguranças particulares do parque, fizessem a escolta de Deuscimara até a sua residência em Jundiaí no final do dia, a fim de garantir sua presença em assembleia no dia seguinte.
Os leões de chácara pernoitaram na rua, em frente à casa da diretora, para que ela comparecesse, custe o que custasse, na reunião societária do parque. Com cara de poucos amigos, tal como gângsteres, a escoltaram até o cartório da cidade, onde ela precisava autenticar documentos, a fim que não se “perdesse” pelo caminho. Ela só se dirigiu ao parque após se encontrar com seu advogado.
Sindicatos recebem denúncias de assédio moral contra ex-presidente de parque de diversões
Amedrontada com verdadeiro ato de terrorismo, Deuscimara temeu pela própria vida caso não fosse ao parque por livre e espontânea pressão. Passou pela cabeça da pacata senhora de 60 anos até mesmo um risco de feminicídio. O temor consta do processo movido por ela contra José David, um executivo que acredita que os fins justificam os meios.
Comentários