Sede do banco BTG Pactual, em São Paulo - Reprodução
Sede do banco BTG Pactual, em São PauloReprodução
Por O Dia
Brasília - Policiais federais e agentes estão na sede do banco BTG Pactual, em São Paulo, para cumprir mandados de busca e apreensão. A operação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), batizada de Estrela Cadente, investiga o vazamento de resultados da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entre os anos de 2010 e 2012.
De acordo com o Ministério Público Federal, a operação apura o fornecimento de informações sigilosas em relação a mudanças na taxa básica de juros, a Selic, por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central.
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O principal beneficiário seria um fundo de investimento administrado pelo BTG. Graças ao vazamento, afirma o MPF, o fundo teria obtido lucros extraordinários de dezenas de milhões de reais. Os procuradores e policiais investigam as possíveis praticas de corrupção passiva, corrupção ativa, informação privilegiada e lavagem de dinheiro.
A investigação tem como base a delação premiada firmada pelo ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo ele, além do caso do BTG sobre o Copom, grandes instituições financeiras tinham interesse em apoio do governo na defesa de interesses das instituições e seus acionistas.
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Em nota, o BTG afirmou que recebeu pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo fundo Bintang FIM. O banco disse ainda que era apenas o administrador do fundo e que não tinha poder de gestão ou participação nele. Cabe ao administrador criar o fundo e aprovar seu regulamento. A instituição que cumpre esse papel não é responsável por definir quais ativos vão compor o fundo ou estratégias que serão adotadas para garantir rentabilidade para a aplicação.
O fundo Bintang FIM, segundo o BTG, tinha apenas um cotista, que era um profissional do mercado financeiro, um gestor credenciado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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O gestor da carteira é o profissional (pessoa física ou jurídica) responsável pelos investimentos realizados pelo fundo. É quem decide quais ativos financeiros irão compor a sua carteira, quando e quanto comprar ou vender de cada ativo.
De acordo com o BTG, o cotista do fundo Bintang nunca foi funcionário do banco ou tinha ligação com qualquer um de seus sócios. "O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo", disse o BTG.
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No começo da tarde, o Banco Central afirmou, em nota, que ainda não foi comunicado sobre o conteúdo da operação Estrela Cadente. "A respeito das informações divulgadas hoje pelo Ministério Público Federal em São Paulo e a Polícia Federal, o Banco Central esclarece que não foi comunicado sobre o conteúdo da Operação Estrela Cadente, que corre sob segredo de Justiça."