Procurador feriu juíza com uma faca - Reprodução/Facebook
Procurador feriu juíza com uma facaReprodução/Facebook
Por IG - Último Segundo
São Paulo - O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção, preso em flagrante, nesta quinta-feira, por tentar matar a juíza Louise Filgueiras a facadas, será transferido para o Complexo Prisional de Tremembé Tremembé, no interior de São Paulo, numa ala dedicada à psiquiatria. Hoje Assunção passou por uma audiência de custódia e a juíza Andréa Sarney decidiu manter o agressor preso.

Assunção entrou ontem o prédio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), invadiu o escritório de Louise e tentou golpeá-la com facadas. Ela ficou levemente ferida no pescoço.

Funcionários à polícia disseram que Assunção parecia estar em surto psicótico e gritava que estava ali "tentando acabar com a corrupção". A juíza havia sido convocada para substituir o desembargador Paulo Fontes, que está de férias.

Ainda segundo testemunhas, o procurador jogou uma jarra de água contra a juíza, que já estava ferida pelo golpe de faca. O corte foi superficial, segundo a polícia.

Segundo o site Consultor Jurídico, os seguranças que o detiveram disseram que ele afirmava que deveria ter entrado armado no tribunal, “para fazer o que Janot deixou de fazer”.

Na semana passada, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot deu entrevista à imprensa em que dizia ter tentado matar Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com um tiro. Ele teria entrado armado na Corte e chegado a engatinhar a arma.

"Prisão dos famosos"

Tremembé é conhecida como a "prisão dos famosos". No local, estão presos notórios por terem cometido crimes de grande repercussão no país. Não há só presos condenados por homicídios, estupros e roubos, por exemplo, mas também uma série de criminosos de colarinho branco, como o empresário Marcos Valério, um dos personagens centrais do mensalão. Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, também ficou preso em Tremembé por 35 dias em 2018, após ser apontado como operador do PSDB.

O presídio também abriga Alexandre Nardoni, condenado em 2010 pela morte da filha, Isabella Nardoni. Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, e Suzane von Richthofen também estão presos no mesmo complexo desde 2002, quando foram acusados pelo assassinato dos pais de Suzane.