José David e José Luiz Abdalla postaram nas redes sociais que estão analisando os termos da proposta da recuperação judicial do parque - Reprodução
José David e José Luiz Abdalla postaram nas redes sociais que estão analisando os termos da proposta da recuperação judicial do parqueReprodução
Por O Dia
São Paulo - Imagine a seguinte situação: um time é rebaixado para a segunda divisão após uma campanha sofrível no campeonato e a sua comissão técnica é dispensada por conta do vexaminoso último lugar na tabela de classificação. Desempregados, o gerente de futebol e o técnico carregador de prancheta, passados alguns meses, usam as redes sociais para dar pitaco sobre o que o time deve fazer para voltar à elite do futebol.

É provável que você ache o cenário, que poderia estar sendo vivido pelo Avai no Brasileirão, mais uma fake news, mas, acredite, a comédia está postada no Facebook. De novo a dupla de trapalhões, José David Breviglieri Xavier e José Luiz Abdalla, que tantos prejuízos deixou como rastro em um parque de diversões, teve a cara de pau de informar que está avaliando o aditivo da recuperação judicial do empreendimento. Oi?

Para quem não acompanhou recentemente uma série de reportagens publicadas pelo O Dia, criador e criatura foram afastados da direção do parque há cinco meses por decisão judicial. Assim que a nova gestão profissional assumiu o controle administrativo do parque e abriu a caixa preta, a reação foi de chorar. Como diria a ex-presidenta Dilma Rousseff, foi estarrecedor.

O show de horrores é de perder o fôlego para listar. Inspire:
- Cofres escancarados e vazios e um rombo no orçamento de R$ 16 milhões
- poucos reais deixados no caixa da empresa
- funcionários com salários atrasados
- fornecedores fazendo fila para receber contas não pagas
- acusações de receita de bilheteira desviada do parque
- reclamações trabalhistas
- registros de assédio moral contra colaboradores, fornecedores e frequentadores do parque
- gastos exorbitantes praticados pelos ex-gestores
- Farra de cortesia de ingressos...

Pode expirar com o estômago embrulhado.

Como administração é coisa séria e não piada de mau gosto em mídias sociais. A gestão que assumiu (sem culto à personalidade como fazia o presidente deposto) arregaçou as mangas e vai fechar o ano deixando R$ 90 milhões em caixa, um aumento de 70% em comparação ao ano anterior. Ao dar um basta na farra de cortesias, a gestão também aumentou o ticket médio na bilheteria da ordem de 30%, fazendo com o que o público do parque saltasse de 550 mil para 900 mil pessoas, meta praticamente atingida um mês antes do fim do ano.

Enquanto os ex-executivos enganam seguidores na internet posando de gestores sérios que, aliás, nunca foram, tanto que respondem por processos criminais na Justiça, a atual administração fez a lição de casa e preparou um novembro memorável para os frequentadores do parque, digno da celebração do seu aniversário de 20 anos. O mês terá uma extensa programação de shows em todos os fins de semana, com o destaque para a apresentação do DJ Alok.

Após a realização do maior espetáculo de horror da sua história, que atraiu 40 mil espectadores, recorde de público, o parque segue em franca recuperação e livre de mãos inescrupulosas que tanto mal fizeram ao empreendimento. Com o plano de recuperação judicial já entregue, caberá sim à justiça validá-lo para equacionamento de dívida e não a aventureiros para que o parque viva dias ainda mais gloriosos e divertidos. Gestão é para profissionais de mercado, qualificados e responsáveis, e não para aprendizes de influenciadores digitais.