Ex-presidente Lula - Daniel Castelo Branco / Agencia O Dia
Ex-presidente LulaDaniel Castelo Branco / Agencia O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse que o apresentador e empresário Luciano Huck "não representa a centro-esquerda". Apontado como potencial candidato à Presidência em 2022, Huck tem se notabilizado por um discurso no qual aponta como um dos principais problemas do País a desigualdade social e econômica.

"O Luciano Huck não representa a centro-esquerda. Ele representa a Central Globo de Televisão. É isso que ele representa nesse momento. [...] Na verdade, o Luciano Huck está sendo discutido pelo dono da Ambev (em provável referência a Jorge Paulo Lemann, sócio da 3G Capital, que controla a Ambev), que é o novo formador de quadros políticos neste país", afirmou Lula em entrevista concedida à TVT, emissora ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na quarta-feira, 15.

Frente ampla

O ex-presidente reconheceu a possibilidade de criar uma frente ampla para "conquistar a soberania nacional". Lula negou que não apoie candidatos de outros partidos políticos e admite a possibilidade de o PT apoiar o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), nas eleições para a Presidência da República em 2022. "Admito, como não? O PCdoB já me apoiou quatro vezes", disse.

Prefeitura de São Paulo

Lula afirmou que o ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT na eleição presidencial de 2018, Fernando Haddad, não pretende disputar novamente a Prefeitura de São Paulo na disputa deste ano. "É sabido que o companheiro Haddad não quer ser candidato. E quando a pessoa não quer ser candidata é bom você não forçar. O PT vai ter que escolher outro companheiro."

O jornal O Estado de S. Paulo revelou no fim do ano passado que Lula vinha trabalhando por uma chapa para a Prefeitura liderada por Haddad e com a ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido) como vice.

Críticas a Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a ser alvo de críticas do petista. "O ideal seria que, quando alguém assumisse o posto de Presidente da República, ele se despisse de toda raiva e de todo preconceito. E entendesse que agora ele governa para 200 milhões de pessoas. O Estado precisa governar para quem mais precisa."

Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá, Lula foi solto e deixou a cela especial da Polícia Federal em Curitiba no início de novembro do ano passado após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância.

O ex-presidente é réu em outras ações penais, como no caso do sítio de Atibaia, no interior paulista, pelo qual foi condenado a 12 anos e 11 meses de reclusão pela juíza Gabriela Hardt em fevereiro do ano passado.