Por O Dia
Brasília - Um levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostra que foram registrados 208 ataques a veículos de comunicação e a jornalistas em 2019, um aumento de 54,07% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 135 ocorrências.
Em um ano de governo, o presidente Jair Bolsonaro, sozinho, foi o responsável por 121 casos (58,17% do total) de ataques a veículos de comunicação e a jornalistas. Foram 114 ofensivas genéricas e generalizadas, além de sete casos de agressões diretas a jornalistas, totalizando 121 ocorrências. A maioria dos ataques de Bolsonaro foi feita em divulgações oficiais da Presidência da República (discursos e entrevistas do presidente, transcritos no site do Palácio do Planalto) ou no Twitter oficial de Bolsonaro.
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Além do número geral de casos de violência contra jornalistas e ataques à liberdade de imprensa ter crescido em 2019, também cresceu o número de assassinatos, a violência extrema contra a categoria. Os jornalistas Robson Giorno e Romário da Silva Barros, ambos com atuação em Maricá (RJ), foram assassinados. Em 2018, havia ocorrido um assassinato e, em 2017, nenhuma morte em razão do exercício profissional fora registrada.
Das categorias de agressões diretas a jornalistas, além dos assassinatos, registrou crescimento em 2019, em comparação com o ano anterior, a categoria das injúrias raciais. Em 2019, houve dois casos de racismo e, em 2018, nenhum.
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Foi registrado o mesmo número de ocorrências que no ano passado nas categorias das ameaças/intimidações e das censuras, respectivamente, 28 e dez casos. 
As agressões físicas – tipo de violência mais comum até 2018 – foi uma das categorias em que houve diminuição no número de ocorrências. Foram 15 casos, que vitimaram 20 profissionais, contra 33 ocorrências no ano anterior.
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Em 2019, foram registradas também 20 agressões verbais, dez casos de impedimentos ao exercício profissional, cinco ocorrências de cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais e dois casos de violência contra a organização sindical dos jornalistas. Em 2018, foram, respectivamente, 27, 19, dez e três casos.