Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre LopesFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, apontou falha da gráfica Valid Soluções S.A. nas notas erradas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 durante coletiva realizada neste sábado. O dirigente do órgão estimou um número inferior a nove mil candidatos atingidos pelo problema. Esse foi o ano em que a empresa trabalhou pela primeira vez com o teste.

O Inep prometeu corrigir as informações até segunda-feira. Pelas redes sociais, candidatos protestaram contra o erro. Um dos motivos da apreensão dos estudantes é o início das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em universidades públicas com as notas do Enem, na próxima terça-feira, 21. O problema, de acordo com Lopes, foi verificado no segundo dia do exame, realizado em 10 de novembro.

Candidatos fazem provas diferentes, identificadas por cores. No momento da correção, pessoas que realizaram prova de uma cor tiveram a correção com base em outra, afirmou. Segundo ele, o mesmo problema ocorreu em anos anteriores.

"Não há nenhum prejuízo concreto", disse Lopes. Dos 5.095.388 inscritos no Enem no ano passado, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplicação. Anteriormente, ele havia citado um número inferior a 1% de candidatos com o problema. Até o momento, foram confirmados quatro candidatos em Viçosa (MG) com as notas trocadas, afirmou o dirigente. "Acho que não chega a nove mil pessoas."

Ainda neste sábado, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu que houve uma "inconsistência" que prejudicou a nota de parte dos candidatos e afirmou que os estudantes tiveram os gabaritos trocados. O ministro disse que ninguém será prejudicado.

Lopes classificou o erro da gráfica como uma "falha administrativa de transmissão de informações", mas afastou a possibilidade de punição à empresa. "Situações, problemas, sempre podem acontecer. O que temos que ter primeiro é transparência", comentou.

Ele ainda disse estar "bastante satisfeito" com o trabalho da gráfica. "Acho que não há problema nenhum", afirmou. "Fazer ilações sobre a capacidade técnica e gerencial de qualquer um dos parceiros seria leviano."

O MEC abriu um canal por e-mail e telefone para receber reclamações de candidatos que possam ter sido prejudicados. Quando a nota errada é verificada, a prova será corrigida novamente até segunda-feira, de acordo com o Inep.

Redes sociais

Estudantes que fizeram o Enem protestaram contra o erro na noite desta sexta-feira, 17, dia em que o resultado das avaliações foi divulgado. A hashtag #erronoenem chegou a ocupar o topo da lista de assuntos mais comentados. Eles reclamaram de notas desproporcionais aos acertos no exame e ponderam que, mesmo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), os resultados estariam incorretos.

A TRI implica dizer que a média de acertos não é calculada levando-se em conta somente o número de questões corretas, mas também a coerência das respostas do participante diante do conjunto das questões que formam a prova do Enem. Os estudantes pediam a reavaliação dos resultados. Procurada, a gráfica não comentará o assunto.