Bahia foi um dos Estados que já recebeu as primeiras mudos do plano de reflorestamento do MSTDivulgação/MST
Por iG
Publicado 06/01/2020 17:38 | Atualizado 06/01/2020 17:46
São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quer colocar em prática um plano de plantar 100 milhões de árvores por todo o território do Brasil, em um período de dez anos. A ação faz parte do projeto “Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”, que será oficializado pelo MST em um encontro nacional marcado para o dia 25 de janeiro, conforme o afirmado por João Pedro Sétdile, coordenador nacional do movimento, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

A campanha já foi lançada em alguns Estados do país, como Ceará, Bahia Goiás e Rio Grande do Sul, ainda no ano passado. Durante os eventos estaduais, foram plantadas as primeiras mudas nos assentamentos de atuação do MST.

Embate

Na Bahia, o reflorestamento também é um posicionamento contra os grandes monocultivos da região. A campanha se baseia em um estudo publicado pelo Movimento Mundial pelas Floresta Topicais (MRN), e assinado por Ivonete Gonçalves Souza, mestre em Saúde Pública, para questionar os meios de produzir eucalipto no Estado.

Segundo a especialista, o monocultivo de eucalipto para a produção de celulose abriga, sem transparência, a utilização de agrotóxicos.  Multinacionais dessa área atuam no  Extremo Sul, Sudoeste, Sul, Baixo Sul, Oeste e Recôncavo da Bahia.

“No Brasil, os agrotóxicos dialogam com o Plano de Metas do governo brasileiro da época pós-2ª Guerra Mundial que, com ‘auxílio’ dos Estados Unidos, incluiu a modernização da agricultura, por exemplo, a fabricação de tratores dentro da meta da indústria automobilística, e os agrotóxicos como meta das indústrias de base, visto que as metas deveriam ser definidas e implementadas em estreita harmonia entre si, para que os investimentos em determinados setores pudessem refletir-se positivamente na dinâmica dos outros”, diz trecho do estudo.

Organização

Ao longo do ano, o MST espera firmar parcerias com prefeituras e governos estaduais para ampliar o projeto. Um conselho com professores, ONGs e técnicos também está nos planos.